Caminhos para diminuir os altos índices de jovens que nem estudam nem trabalham

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No livro “Memórias da Casa dos Mortos”, Dostoievski retrata seus anos passados como preso político na Sibéria. Para o escritor, mais do que na falta de liberdade ou no isolamento, o maior problema estava no ócio imposto. Analogamente, muitos jovens brasileiros estão sem trabalhar nem estudar devido a circunstâncias socioeconômicas. No entanto, é necessário ponderar que há falta de oportunidades e, em razão disso, existe a “geração nem-nem”: jovens que não estudam, tampouco trabalham.

Em primeiro lugar, vale destacar algumas razões dessa problemática. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 30% daqueles entre 18 e 24 anos estão desempregados, índice acima da média nacional. Dentre as explicações para esses números, a pesquisa apontou a resistência dos empregadores em contratar trabalhadores inexperientes. Além disso, muitos jovens, ao saírem do Ensino Médio, não possuem capital cultural nem financeiro para ingressarem nas universidades. Assim, na visão do sociólogo norueguês Johan Galtung , há uma violência na estrutura social contra esse grupo.

É preciso considerar, antes de tudo, que a ausência de perspectiva é um agravante dessa situação no Brasil. Nessa direção, Zygmunt Bauman, filósofo polonês, afirma que os indivíduos estão vivendo, atualmente, os tempos líquidos, que se caracterizam pelo imediatismo. Desse modo, as pessoas, por não possuírem uma visão a longo prazo, não apresentam uma perspectiva para o futuro, o que provoca a falta de interesse em não estudar. Além disso, o insuficiente número de vagas de emprego piora esse quadro, uma vez que os jovens ficam, além de desempregados, sem expectativa de adentrar no mercado de trabalho e, consequentemente, optam em não realizar, por exemplo, uma graduação.

Portanto, urge que o Ministério do Trabalho ofereça, por meio de verbas governamentais, cursos técnicos gratuitos para jovens de baixa renda entre 18 e 24 anos que estejam a mais de dois anos sem trabalhar nem estudar. Essas oficinas contarão com aulas e palestras ministradas por especialistas de áreas diversas como agricultura, comércio e indústria. Tal medida tem por fim prover qualificação e experiência para aqueles que carecem de ambas, para, desse modo, auxiliá-los no começo de sua vida produtiva.

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2 Correções

  1. Critérios Enem

    Domínio da norma padrão da língua portuguesa. …
    Bom.

    Compreensão da proposta de redação. …
    Ótimo! Articulou bem, usou bastante repertório.

    Seleção e organização das informações. …
    Ótimo!

    Demonstração de conhecimento da língua necessária para argumentação do texto. …
    Bom.

    Elaboração de uma proposta de solução para os problemas abordados, respeitando os direitos humanos…
    Bom. É cilada achar que toda medida estatal respeitará os direitos humanos.

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  2. Boa tarde!

    1(introdução): não entendi a analogia que você fez do livro com os seus argumentos.

    2(parágrafo de desenvolvimento n°1); não havia necessidade do “ponto final” entre as palavras “problemática” e “segundo”, pode-se usar a vírgula, fica mais compreensível.

    3(parágrafo de desenvolvimento n°3); deveria ter fechado o parágrafo fechando a sua ideia e não colocando outro fato/argumento.

    4(conclusão); iniciou e terminou bem o parágrafo.

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