Caminhos para combater o racismo no Brasil

O livro Quarto de Despejo, escrito na década de 50, foi o primeiro livro de uma mulher negra a ser publicado. O best-seller relata as mazelas vividas pela protagonista, marcada pela falta de oportunidades e a segregação racial sofrida pela mesma. Carolina, a autora, desde criança foi privada dos estudos, o que não diminuiu seu amor pela leitura e escrita. O sonho de ter sua história contemplada pelas pessoas a guiou na esperança de que alguém com melhores condições a ajudasse.

Longe da utopia, ela se viu obrigada a trabalhar como catadora de lixo sendo muito mal remunerada, vivendo uma situação crítica, passando por momentos de pobreza e fome extrema.

No contexto atual, a cor da pele ainda dificulta o seu futuro drasticamente, principalmente no que tange a educação. De acordo com uma pesquisa feita pelo IBGE, em 2018, a chance de uma pessoa negra ser analfabeta é 5 vezes maior do que a de um branco. Grande culpa disso são as heranças racistas que são cultivadas desde a escravidão, onde a sociedade em sua maioria omite a desigualdade explícita e absurda que assola o nosso país.

Dessa forma, para que outras ”Carolinas” possam realizar seus sonhos, é responsabilidade de cada um de nós colaborar para que que de fato tenhamos a equidade de direitos a todos. Uma forma de intervenção é a criação de rodas de conversas que falem abertamente sobre o assunto. Ao governo cabe a formação de projetos de inclusão que tragam o racismo e suas consequências como tese principal, tais como palestras e dinâmicas lúdicas, respeitando a realidade de cada um. Compete também aos professores trazer à tona a resiliência e a força que a pele negra carrega consigo, só assim, fazendo da educação sua arma mais poderosa podemos mudar o mundo.