Caminhos para combater o racismo no Brasil

O protagonista da obra “memórias póstumas de Brás Cubas“, escrita por Machado de Assis, diz em suas lembranças pós morte que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado de nossa miséria. Porventura, na época atual, ele percebesse acertada sua decisão, visto que, tem se tornado necessário a criação de meios para combater o racismo no Brasil, e essa necessidade é o reflexo de uma das atitudes mais desumanas de uma sociedade. Nesse sentido, faz-se necessário a análise dos fatores que favorecem esse quadro.
Diante do exposto, convém citar a aplicação das leis como uma das causas do problema. Segundo Aristóteles, o equilíbrio deve ser alcançado na sociedade por meio da justiça. De maneira análoga, é evidente que, no Brasil, o racismo rompe com essa concordância, tendo em vista que, apesar da criação da lei No 7716, criada com objetivo de punir qualquer cidadão que pratica a injúria racial, a taxa de mortalidade mais alta ainda assim são de pessoas negras – de acordo com um dado divulgado pela Companhia das Letras.
Outrossim, o conceito de modernidade líquida de Zygmunt Bauman, um sociólogo polonês, que explica a queda das atitudes éticas pela liquidez dos valores, permite a reflexão da mentalidade social frente a esse impasse. Assim sendo, os cidadãos imersos nesse cenário líquido, acabam perpetuando a normalidade do racismo, em razão da sua perspectiva individual, reduzindo o olhar ao bem-estar das vítimas. Em vista disso, o caminho para se combater o racismo no Brasil, faz-se necessário por conta da existência do preconceito e do desdém na estrutura da coletividade.
Infere-se, portanto, que ainda há meios para garantir a solidificação de políticas que visem a construção de um mundo melhor. Para isso, é imprescindível que o poder público, por intermédio de projetos, crie medidas efetivas para a punição àqueles que não cumprirem com os anseios da Constituição. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo aumente a pena para racistas, afim de diminuir a reincidência do crime. Assim, talvez, tornando como ilógico o legado a que Brás Cuba referia.