Caminhos para combater a violência infantil na sociedade brasileira

No universo literário de Harry Potter, da escritora J.K Rowling, o personagem principal(Harry) sofre agressão verbal e psicológica constante por parte dos tios que o criam. Fora da Ficção, a violência infantil persiste na sociedade brasileira. Desse modo, percebe-se a configuração de um problema grave de contornos específicos, que emerge devido à insuficiência legislativa e ao silenciamento dos coadjuvantes.
Em primeiro plano, cabe pontuar que as leis não estão sendo severamente cumpridas. Nesse sentido, ocorre o que o escritor paulista Gilberto Dimenstein chama de “cidadania de papel”, isto é, existem leis no papel que na prática não funcionam. Nesse viés, o artigo 18 do ECA(Estatuto da Criança e do Adolescente), que protege os menores não está sendo respeitado, pois muitas vezes, essa garantia é desconhecida pelos meninos, que por consequência, aceitam calados as brutalidades.
Ademais, a falta de denuncia agrava o problema. Sob a óptica de Habermas, a linguagem é a verdadeira forma de ação, uma vez que silenciando a violência, ela continua inabalada. Nessa perspectiva, as crianças são vítimas incapazes de acabarem com as agressões sozinhas e não protege-las é atuar de forma covarde na ação hedionda.
Portanto, medidas são necessárias. Cabe aos cidadãos exigirem do poder Executivo o cumprimento pleno das leis que existem. Além disso, o MEC junto ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente(CONANDA) deve fazer uma abordagem educacional, por meio de uma campanha nas redes sociais, de forma didática – com videos de pessoas que foram salvas pelo ato do não silenciamento- a fim de que tanto as crianças, quanto os envolvidos de forma lateral entendam que direitos existem e que a denuncia é imprescindível no combate a violência infantil.Assim, muitos garotos serão poupados dos danos mentais de uma vida como a do menino Harry Potter.