Caminhos para a inclusão dos moradores de rua ao tecido social brasileiro

    O artigo sexto da Constituição Federal de 1998 assegura o acesso à moradia para todos os cidadãos, entretanto, é perceptível que essa garantia não está sendo usufruída, o que evidencia a dificuldade da inclusão dos moradores de rua à sociedade. Por certo, essa prática está associada à exclusão social, causada não só pela falta de políticas públicas para essa parcela da população, como também pela invisibilidade social sofrida pelos mesmos. Nesse contexto, deve-se analisar as problemáticas existentes e encontrar possíveis soluções para mitigar o óbice.

    É relevante abordar, primeiramente, que uma das principais causas da exclusão social desses indigentes é a falta de políticas públicas. Segundo dados do Cadastro Único, cerca de 222 mil famílias estão em situação de rua no país, o que elucida a omissão estatal frente a essa parcela da população. Por conseguinte, ocorre a fomentação da segregação social no tecido social brasileiro. Desse modo, é imprescindível que essa problemática seja resolvida.

    Outrossim, a invisibilidade social dessa população para o tecido social é outro agravante.. Acerca disso, é pertinente o pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman que retrata a fluidez dos valores interpessoais, os quais instigam o indivíduo a valorizar apenas aquilo que lhe convém. Resultado disso é a entonação da descartabilidade humana, tendo como vítimas os moradores de rua. Nesse viés, medidas devem ser tomadas para solucionar o problema.

    Portanto, são essenciais medidas operantes para a reversão da exclusão social dos moradores de rua. Para isso, faz-se necessário que o Governo Federal, responsável por providenciar o bem estar dos brasileiros, crie políticas públicas, por meio de programas sociais de ajuda financeira e imobiliária, a fim de garantir uma vida digna a essa parcela da população. Além disso, o Ministério da Educação, órgão responsável pelo sistema educacional brasileiro, deve atentar-se na reformulação dos valores éticos no tecido social, por meio de aulas de formação cidadã, a fim de construir uma sociedade mais empática e, consequentemente, amenizar a invisibilidade social sofrida pelos sem-teto. Quando essas ações forem feitas, a exclusão dessa parcela da população será motivada para o bem-estar de todo o corpo social.