Gilberto Freyre, em seu “Casa-Grande & Senzala”, demonstra o processo de formação da sociedade brasileira a partir do período colonial, sendo esta delimitada entre o senhor-de-engenho e seus privilégios e a mão-de-obra de negros escravizados. Essa segregação entre as diferentes classes moldou a configuração social do país refletindo-se no atual período democrático, em que o processo de “camarotização” a exemplifica. É necessário, por isso, elencar os fatores sociais e políticos que contribuem para essa problemática.
Primeiramente, é preciso analisar a maneira como essa sociedade contemporaneamente se estrutura, compreendendo, além das consequências do período colonial já mencionado, os fatores que a divide. Assim, seguindo os expostos do sociólogo Jessé Souza, observa-se que essa camarotização é reflexo de uma segregação entre as três classes brasileiras, a saber a burguesia, a classe média e a “ralé de novos escravos”; sendo que, para a primeira, a diferenciação ocorre quanto ao capital financeiro, e para a segunda, quanto ao capital cultural; já a terceira é o objeto ao qual se deve diferenciar. Nota-se, desse modo, ser o processo citado uma maneira de reforçar a organização social estabelecida.
Além disso, é preciso mencionar as consequências políticas desse fenômeno. A Copa do Mundo de 2014, por exemplo, ilustra essa camarotização. Após as reformas empreendidas nos estádios, houve uma reformulação ou, mesmo, destruição de partes dessas arenas, conhecidas como “gerais”, destinadas à população de baixa renda, preferenciando, assim, quais espectadores frequentariam esses estádios. Entende-se, dessa modo, que a camarotização é um conflito especialmente entre as classes média e baixas, visto que aquela necessita de espaços culturais para se diferenciar; o que não deixa de se refletir também no regime democrático, dada a necessidade daquela em controlar o Estado a fim de manter o status quo.
Fica claro, portanto, que a estrutura social do país se organiza de modo a assegurar a segregação desenvolvida durante o período colonial, conforme destacado por Freyre, reflentindo-se tanto no processo de camarotização como na democracia do país.
“Camarotização” da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia [FUVEST]
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Jffgg
Oi espero ajuda.
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“diferenciar. Nota-se, desse modo, (ser) o processo citado uma maneira de reforçar a organização social estabelecida.” Ficou estralho esse SER ele não passou e imediato a ideia que vc queria. Eu colocaria no lugar: “que o processo citado é…” assim iria passa a ideia sem ter que ler mais de uma vez.
Esse “contemporaneamente” deveria esta entre vírgulas ou a frase esta escrita assim: “como essa sociedade se estrutura contemporaneamente”
Outra coisa coloque mais clareza nas citações. “Gilberto Freyre, (em seu) “Casa-Grande & Senzala” em seu oq? Livro, pintura ou documentário. Essa claro não sei se na FUVEST eles pedem isso mais melhor garanti né?