Automedicação na sociedade brasileira

Na série Dr. House, o personagem Gregory House, devido a automedicação, fica viciado em hidroconona, um remédio para dores, o que traz inúmeros prejuízos à sua vida. Nesse contexto, é evidente os malefícios causados pela automedicação- essa fruto do sistema de saúde pouco estruturado vinculado à falta de conhecimento sobre o assunto- na sociedade brasileira. Desse modo, é de suma importância o debate acerca da problemática, a fim de extingui-la do país.

A princípio, é notória a não estruturação do sistema de saúde nessa esfera. A demora no atendimento, bem como a falta de médicos em unidades de pronto atendimento (UPAs), levam o indivíduo a procurar meios mais rápidos para a cura de dores e doenças, como a compra de remédios que não precisam de prescrição médica. Entretanto, a utilização indiscriminada de medicamentos acarreta inúmeras adversidades: reações alérgicas, dependência e em casos extremos, morte. Logo, é inquestionável a necessidade de melhora desse âmbito, em busca de diminuir a utilização irresponsável de remédios.

Outro fator responsável por nefasta realidade é a ausência de conhecimento dos malefícios da automedicação. Segundo o Conselho Federal de Farmácia, os medicamentos são o principal agente causador de intoxicação em seres humanos no Brasil desde 1994. Ademais, biologicamente, é comprovado o aumento da resistência de bactérias ante ao uso descomedido de antibióticos. Dessa maneira, a falta de campanhas e informação sobre esse assunto são fatores agravantes da problemática, assim como defende o filósofo Cícero: “A ignorância é a maior enfermidade do gênero humano”.

Em suma, é imprescindível a adoção de medidas em busca de mudar tal realidade. Urge, assim, do Governo Federal, maiores investimentos na área da saúde, principalmente, em UPAs, a fim de melhor estruturação desses locais para a medicação rápida e eficaz dos pacientes. Deve, também, a partir do Ministério da Saúde, a propagação de campanhas em postinhos e tvs sobre os perigos da utilização indevida de remédios, por mais simples que esses parecem ser, de modo a conscientizar a população. Isso posto, casos como o de Dr.House ficarão somente no ambiente cinematográfico.