Automedicação e cibercondria

A constituição federal de 1988, documento jurídico de mais importância no país, afirma em seu artigo sexto, o direito a saúde como essencial aos cidadãos brasileiros. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase na prática quando se observa o problema que é a automedicação e cibercondria, dificultando, deste modo, a universalização desse direito social. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro.

Em uma primeira análise, deve-se destacar a ausência de medidas governamentais para se combater os riscos da automedicação. Nesse sentido, é válido ressaltar que devido a venda fracionada de medicamentos não fazer parte da realidade nacional, muitos consumidores acabam comprando um pacote com mais doses que o necessário, portanto podem tomar uma dosagem maior pensando em impulsionar os efeitos ou eventualmente se automedicarem por sentir sintomas semelhantes aos anteriores, embora não se trate da mesma tribulação.

Além disso, vale citar que a população das camadas mais pobres – por falta de condições de atender a um médico – que opta por se autodiagnosticar através de amigos ou da própria internet – configurando o ato da cibercondria -. Diante de tal exposto, assumem uma condição que não necessariamente possuem, e portanto terminam realizando um tratamento irregular e indevido. É inadmissível que tal cenário perdure.

Depreende-se, por conseguinte, a urgência de se combater esse obstáculo na saúde brasileira. Para isso, a Câmara de Deputados criar e colocar em prática uma lei que permita a venda e distribuição fracionada de diversos medicamentos nas drogarias e unidades de saúde do Brasil, de maneira a evitar a venda de dosagens desnecessárias ao cliente. Paralelamente,  com o fim de reforçar os efeitos dessa lei, o Governo Federal, por intermédio do Sistema Único de Saúde, deve realizar palestras educando acerca das consequências da cibercondria e auto dosagem, para auxiliar na mitigação de ambos. Assim, tornar-se-á possível uma sociedade saudável, onde o Estado exerce corretamente o seu papel de garantir os direitos sociais ao cidadão.