Assédio sexual em questão no Brasil

      Na série “How I met your mother”, o personagem Barney constantemente faz “piadas” sobre o seu desejo de ver os seios de sua amiga Lily, a qual em tal situação sente-se profundamente constrangida e envergonhada. Paralelamente, o assédio sexual retratado ocorre com grande frequência no Brasil, podendo ser praticado por pessoas próximas ou até desconhecidos, causando enorme incômodo e desconforto às vítimas. Seguindo essa lógica, faz-se necessária a discussão acerca dos fatores permissores do empecilho na sociedade brasileira, destacando-se a ineficácia governamental e a inércia social.
     Em primeira análise, é imperativo destacar a falha do governo como fator colaborativo para o óbice. Nesse sentido, segundo o Contrato Social criado pelo filósofo Thomas Hobbes, é dever do Estado a garantia do bem estar a todos, tendo como objetivo principal a paz entre os individuos. Todavia, percebe-se a quebra do contrato postulado uma vez que não existem políticas públicas capazes de abolir tamanho problema social, tendo em vista que, apesar das leis impostas, 2 em cada 3 denúncias de assédio são impunes. Assim, torna-se nítida a incúria referente a solução do problema pelo órgão de instância máxima do país.
     Outrossim, é válida a menção da falta de mobilização do corpo civil como contribuinte para o estorvo. Nessa perspectiva, tem-se a popularização da música intitulada “Ai se eu te pego” do cantor brasileiro Michel Teló, na qual se conta a história de um homem que ao chegar em um ambiente festivo, começa a falar para uma mulher desconhecida: “Delícia, assim você me mata” com o objetivo de conquistá-la. Visando o ocorrido exposto, atitudes como a relatada na canção tanto quanto diversas outras com cunho de assédio, não são somente normalizadas mas também incentivadas por meio da aceitação concebida no âmbito musical e no corpo social uma vez que não há a problematização de tais impasses. Diante dessa realidade, necessita-se sanar essa entrave.
   Evidencia-se, então, a necessidade de reverter esse cenário. Para tanto, cabe ao Poder Legislativo junto ao Judiciário a reformulação e fiscalização das leis que abrangem o assédio sexual, com a finalidade de garantir as vítimas a punidade dos assediadores e assegura-no-las da não reiteração do ocorrido, garantindo à essas a segurança devida. Em segunda instância, é dever do Ministério da Educação, responsável pelo aprendizado juvenil, a implantação da obrigatoriedade escolar de lecionar acerca do assédio e como esse é um problema pertinente na sociedade,  a fim de promover uma discussão e conscientização sobre a problemática, revertendo-se essa realidade.