As redes sociais como meio de ativismo.

A Quarta Revolução Industrial – dita indústria 4.0 – caracteriza-se pelo advento da inteligência artificial e da imersão digital, que contribui para a propagação de informações pelo mundo. Decerto, essa industrialização encurtou distâncias e moldou as interações humanas, por meio da internet. Nesse sentido, através das redes sociais, a população ganha voz e reconhecimento, o que promove a visibilidade na sociedade e a reivindicação de direitos de grupos marginalizados. Nesse contexto, torna-se fundamental discutir sobre esses aspectos.

Sob esse viés, observa-se que os meios digitais são espaços de luta pelos direitos básicos. Nessa perspectiva, o filósofo Rousseau, conhecido como escritor contratualista, desenvolveu o pensamento de que o povo deposita sua confiança no Estado que, em contrapartida, deve garantir os apanágios dos cidadãos. Todavia, isso se mostra falho no Brasil, já que as minorias, como as mulheres, os negros e os deficientes, têm seus direitos violados, por conta do preconceito. Nesse panorama, as redes sociais se configuram como um ambiente favorável à propagação de manifestações a favor dessas pessoas. Assim, percebe-se o poder que as novas tecnologias exercem na sociedade.

Além disso, as redes sociais influenciam de forma direta no exercício da cidadania. Hodiernamente, diversas notícias e denúncias são rapidamente compartilhadas por milhões de pessoas, por meio das famosas “tags” que alcançam o mundo. No entanto, há uma necessidade de cuidado, pois quando as pessoas se sentem acomodadas e deixam de ir às ruas, como forma de protesto, os movimentos e causas sociais são enfraquecidos e perdem sua importância, enquanto busca pela igualdade. Destarte, é uma questão paradoxal, no sentido de que as redes sociais contribuem para o ativismo, mas também podem atrapalhar por permitir que isso seja feito no conforto do lar.

Logo, medidas devem ser tomadas para contribuir positivamente com o cenário exposto. Nesse sentido, é dever das escolas, em parceria com as mídias, fomentar ações que incentivem o ativismo digital e presencial. Aquela deverá realizar debates nas comunidades, a fim de ensinar aos pais e alunos os direitos dos cidadãos e a importância de defendê-los, enquanto esse irá veicular propagandas que incentivem a coletividade ir às ruas, de forma ordenada e respeitosa, no intuito de complementar a militância nas redes sociais e garantir a legitimidade da manifestações em prol do bem-estar social. Dessa maneira, o ativismo digital será complementado com a participação popular e na coletividade será aplicado o pensamento de Rousseau.