AS PERSPECTIVAS E OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL

A educação a distância é uma verdadeira revolução educacional que se opõe ao modelo tradicionalista de ensino, porque ela oferece uma dinâmica de aprendizagem diferenciada aos estudantes e educadores, auxilia nas dificuldades do processo de obtenção do conhecimento de maneira mais individual e garante uma otimização e flexibilização do tempo aos envolvidos nesse mecanismo educacional. Entretanto, nem todos os brasileiros podem optar por esse modelo revolucionário para aprenderem. Tal problema é grave, pois prejudica o docente que se adequa melhor ao ambiente virtual. Por isso é necessário resolver essa questão. Para tanto, é preciso analisar, não só a omissão governamental, mas também o capital cultural.

Em primeira análise, é fundamental ressaltar a função do Estado de combater privilégios frutos da desigualdade social. A esse respeito, o escritor Gilberto Dimenstein desenvolveu o conceito de cidadania de papel, segundo o qual afirma a ineficiência das leis na prática, sendo apenas presente na teoria. Nesse viés, percebe-se que a pátria corrobora esse pensamento, pois embora a Carta Magna garanta o direito a educação de qualidade, o Brasil é incapaz de oferecer ensino a distância aos mais pobres, falhando em reduzir os efeitos da diferença de classes, o que torna a cidadania de papel um processo quase irreversível. Afinal, se resolver um problema é difícil, solucionar os impasses advindo dele é uma tarefa árdua.

Em segunda análise, é válido trazer a definição de violência simbólica proposta pelo sociólogo Pierre Bordieu: essa consiste na imposição de padrões a serem interiorizados e depois reproduzidos na sociedade. Sob essa perspectiva,a falta de informação sobre o EAD denuncia uma agressão simbólica, visto que alguns indivíduos tem o entendimento que o ensino remoto serve unicamente para as pessoas decididas e focadas, desconsiderando as estratégias pedagógicas diferenciadas dessa revolução digital. Portanto, se essa mentalidade se mantiver, o país estará condenado aos mesmos erros das escolas do século XX.

Logo, para atenuar o impasse, o Ministério da Educação (MEC), responsável pelo desenvolvimento educacional do país, deve fazer palestras e debates sobre o EAD, com uso de aparato tecnológico, presença de professores que atuam nesse meio, além de disponibilizar um auxílio aos estudantes que preferirem o ensino remoto, com o intuito de cumprir sua função social , enquanto instituição governamental. Espera-se, com isso, um Brasil com mais oportunidades para seus cidadãos e a garantia dos direitos constitucionais.