As novas tecnologias voltadas ao ensino-aprendizagem no Brasil: desafios e perspectivas

Após o abrupto impacto da COVID-19, que transferiu o ambiente de ensino para os domicílios, o debate sobre o uso de tecnologias de informação e comunicação (TICs) voltou a se fortalecer no Brasil. Apesar de o uso de meios tecnológicos ser cada vez mais recorrente, ainda há problemáticas a serem analisadas, como a carência de verbas para estruturar as escolas e a dificuldade dos educadores em se adaptar à nova forma de ensino.

Em primeira análise, é importante ressaltar a situação das escolas brasileiras. Enquanto algumas instituições privadas já fazem o uso das TICs, não são todas as escolas públicas que possuem verba para tal ato. Segundo o educador Paulo Freire, “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”’. Nesse sentido, garantir o acesso de apenas uma minoria à educação tecnológica é contribuir para a segregação e desigualdades sociais.

Em segunda análise, a adaptação dos professores também é um entrave. A pandemia da COVID-19 evidenciou os desafios em sincronizar a relação entre educadores e meios de comunicação no ambiente de trabalho. Segundo uma pesquisa realizada pelo TIC Educação 2020, 61% dos professores das escolas entrevistadas sofreram dificuldades em se adaptar ao novo modelo de aula. Grande parte dos docentes não cresceram em meio a uma era tecnológica como atualmente, e possuem mais dificuldades em se conectar com o mundo virtual.

Urge, portanto, que a educação brasileira passe por algumas alterações antes de aderir novas ferramentas tecnológicas. Para tal, o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, deve promover palestras e minicursos, a fim de auxiliar os discentes e docentes no uso de equipamentos eletrônicos e meios de comunicação. Tal ação deve ocorrer nas próprias escolas, através de profissionais da educação e de TI, e contará como carga horária, tanto para alunos quanto para professores. Dessa forma, todos se sentirão mais aptos ao uso das TICs, sem que haja frustrações.