As manifestações de violência dentro dos estádios de futebol

Segundo Aristóteles, o homem é um animal político e gregário. Como tal, portanto, carrega a política e reflete a sociedade em qualquer situação, inclusive na prática esportiva. Nesse sentido, ao se analisar as manifestações de violência dentro dos estádios de futebol, cabe levar em consideração as ideias do filósofo e reconhecer o caráter estrutural dessas ações, a fim de possibilitar soluções para tal problemática.
Em primeiro lugar, como exemplo dessas práticas, torna-se válido considerar os crimes de violência moral, como racismo, homofobia e sexismo. De acordo com estudos da ciência neuropsicológica, a personalidade dos seres humanos é construída tanto por fatores internos como por fatores externos. Desse modo, infere-se que tais violências são reflexos de questões sociais, necessitando, portanto, de atos punitivos e conscientizadores para seu fim.
Em segundo lugar, é preciso identificar a influência da presença de torcidas organizadas sobre os números de violência já divulgados. De acordo com estatísticas, grande parte desses grupos são compostos por indivíduos relacionados ao tráfico de drogas e outros delitos anteriores. Essa presença, ao se adicionar a precariedade do sistema de segurança em estádios e o apoio de clubes à participação dessas torcidas, contribui enormemente para a constância de brigas e outros crimes nesses eventos.
Fica claro, portanto, que as práticas de violência em estádios de futebol refletem fatores estruturais e são influenciados pela incapacidade do complexo de segurança nessas ocasiões. Assim, faz-se necessário, a partir da União e dos estados federativos junto à órgãos privados e à gerência dos clubes, a intensificação e aumento do corpo policial nesses eventos e a divulgação de campanhas que combatam crimes de racismo, homofobia e sexismo por meio de, por exemplo, a perda de pontos do clube caso ocorram essas práticas, a fim de extinguir, enfim, o paradigma em análise.