As implicações da automedicação no Brasil

  • 1

     Segundo o artigo 196 da Constituição Federal brasileira de 1988, é dever do Estado garantir a saúde dos cidadãos. Contudo, é notório que  o teorizado pela Magna Carta não repercute na realidade, vide a presença da automedicação que além de mascarar doenças e ocasionar agravos, ainda  evidencia a precarização do sistema público no atendimento, a omissão estatal frente a divulgação de informações e a comercialização indevida de medicamentos. Assim, convém analisar como a falha na prestação da assistência, o déficit informacional e os apelos propagandísticos  contribuem para perpetuar as implicações da automedicação no Brasil.

    Em primeira análise, a prática da automedicação deve-se pela inadequação do serviço de saúde, uma vez que não é raro a demora no atendimento e a indisponibilidade diante da demanda de materiais e recursos para o correto diagnóstico e tratamento. Tal situação de precariedade  é abordada na série Sob Pressão, que apesar de fictícia, retrata fielmente o drama vivido por parcela da população brasileira que depende do Sistema público de saúde. Assim, essa problemática torna o ato de automedicar-se   uma alternativa  para o usuário, submetendo-o a possibilidade de alergias, de agravo de sua condição clínica e até de óbitos em decorrência de interações medicamentosas, inviabilizando o implementado pela Constituição.

  Somado a isso, a falta de informações sobre as consequências advindas da automedicação aliada a venda indiscriminada de medicamentos e aos apelos propagandísticos contribui para a persistência da utilização inadequada de remédios, visto que cria a normalização desse comportamento frente ao consumidor. Assim, a inoperância estatal diante do exposto, acaba por caracterizar-se como uma violação do Contrato social proposto John Locke, tendo em vista que o bem estar não é assegurado em sua plenitude, já que a vida tem sua qualidade afetada pela Automedicação que possui raízes profundas no Brasil. Logo, é inadmissível que  esse cenário continue a perdurar.

  Portanto, faz-se mister o combate aos fatores que fomentam a automedicação na sociedade brasileira. Para tanto, é necessário que o Ministério da Saúde, através do repasse de verbas, crie pontos móveis de triagem, principalmente em locais de maior demanda por atendimento, com o fito de conferir maior disponibilidade e praticidade ao serviço prestado. Ademais, também faz-se imperiosa a parceria desse ministério com a mídias digitais e a imprensa  na realização de campanhas contra a automedicação, por meio de anúncios publicitários que alertem sobre os malefícios dessa prática e os cuidados que devem ser tomados na compra de medicações, com o intuito de formar uma consciência coletiva que, enfim, possa assegurar o que estabelece o artigo 196 da Constituição Federal de 1988.

Compartilhar

3 Correções

  1. Segundo o artigo 196 da Constituição Federal brasileira de 1988, é dever do Estado garantir a saúde dos cidadãos. Contudo, é notório que o teorizado pela Magna Carta não repercute na realidade, vide a presença da automedicação que [1] além de mascarar doenças e ocasionar agravos, ainda evidencia a precarização do sistema público no atendimento, a omissão estatal frente a divulgação de informações e a comercialização indevida de medicamentos. Assim, convém analisar como a falha na prestação da assistência, o déficit informacional e os apelos propagandísticos contribuem para perpetuar as implicações da automedicação no Brasil.

    1 – Vírgula.
    .

    Em primeira análise, a prática da automedicação deve-se pela inadequação do serviço de saúde, uma vez que não é raro a demora no atendimento e a indisponibilidade diante da demanda de materiais e [2] recursos para o correto diagnóstico e tratamento. Tal situação de precariedade é abordada na série Sob Pressão, que [3] apesar de fictícia, retrata fielmente o drama vivido por [4] parcela da população brasileira que depende do Sistema [5] público de saúde. Assim, essa problemática torna o ato de automedicar-se uma alternativa para o usuário, submetendo-o a [6] possibilidade de alergias, de agravo de sua condição clínica e até de óbitos em decorrência de interações medicamentosas, inviabilizando o implementado pela Constituição.

    2 – Paralelismo sintático: “… indisponibilidade diante da demanda de materiais e DE recursos”. Se for quiser se aprofundar nesse conceito, esse vídeo é ótimo (https://www.youtube.com/watch?v=14edOIlSHXs)

    3 – Vírgula

    4 – Artigo: “…drama vivido por UMA parcela da população”

    5 – Sistema não é um órgão público ou uma instituição, então não precisa ter inicial maiúscula. Se você fosse se referir ao Sistema Único de Saúde, aí sim.

    6 – Crase; o verbo submeter é transitivo indireto, por isso é acompanhado pela preposição a. Submetendo-o a + a venda = Submetendo-o à venda.

    .

    Somado a isso, a falta de informações sobre as consequências advindas da automedicação aliada a [7] venda indiscriminada de medicamentos e aos apelos propagandísticos contribui para a persistência da utilização inadequada de remédios, visto que cria a normalização desse comportamento frente ao consumidor. Assim, a inoperância estatal diante do exposto, [8] acaba por caracterizar-se como uma violação do Contrato social proposto John Locke, tendo em vista que o bem estar não é assegurado em sua plenitude, já que a vida tem sua qualidade afetada pela Automedicação [9] que possui raízes profundas no Brasil. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

    7 – Crase: verbo aliar é transitivo indireto (aliar-se a alguém). Nesse caso, automedicação aliada a + a venda = automedicação aliada à venda.

    8 – Vírgula desnecessária. Não se separa o sujeito (inoperância estatal) do verbo (acaba) nesse caso.

    9 – O termo automedicação leva inicial minúscula. Aconselho colocar vírgula depois dela.
    .

    Portanto, faz-se mister o combate aos fatores que fomentam a automedicação na sociedade brasileira. Para tanto, é necessário que o Ministério da Saúde, através do repasse de verbas, crie pontos móveis de triagem, principalmente em locais de maior demanda por atendimento, com o fito de conferir maior disponibilidade e praticidade ao serviço prestado. Ademais, também faz-se imperiosa a parceria desse ministério com a [10] mídias digitais e [11] a imprensa na realização de campanhas contra a automedicação, por meio de anúncios publicitários que alertem sobre os malefícios dessa prática e os cuidados que devem ser tomados na compra de medicações, com o intuito de formar uma consciência coletiva que, enfim, possa assegurar o que estabelece o artigo 196 da Constituição Federal de 1988.

    10 – … parceria desse ministério com AS mídias digitais

    11 – Paralelismo sintático: …parceria desse ministério com as mídias digitais e COM a imprensa.
    .

    Obs: Sua argumentação é muito boa! Os repertórios dosados na medida certa e a proposta de intervenção impecável, Só tenta tomar cuidado com as crases e as vírgulas. Parabéns pelo texto, Ju! :)

    • 1
  2. Olá sua argumentação esta bem colocada no texto, bom repertorio e deixou claro a sua opinião no texto mas acho que no final a sua introdução você repetiu a frase anterior só que com palavras diferentes, no mais muito bom sua escrita.
    c1: 180 pela repetição da frase anterior só que com outras palavras.
    c2:200 pela compreensão e organização dos fatos no texto.
    c3:160 pelo fato de deixar mais claro sua opinião sobre a tese de JOHN LOCKE faltou um pouco disso nessa parte.
    c4;200 pelo bom use de conectivos e sinônimos pra evitar repetição.
    c5: 200 boa conclusão um bom detalhamento sobre quem?/ o que?/ como?/ por meio? e qual a finalidade e o fechamento com o repertorio da introdução 940/ 1000.

    • 1
  3. Olá!

    Sua redação enche os olhos por estar tão bem escrita. Mas é necessário citar algumas observações.
    1° – No final do primeiro paragrafo, para conclui-lo, você diz “Assim, convém analisar como a falha na prestação da assistência, o déficit informacional e os apelos propagandísticos contribuem para perpetuar as implicações da automedicação no Brasil.” Contudo, o que você disse já tinha sido dito no período frasal anterior. Basicamente você escolheu novos termos e repetiu as ideias, cuidado com isso, pois alguns corretores criteriosos podem considerar redundância. Um exemplo do que você poderia ter dito: Assim, convém analisar como as implicações anteriormente citadas contribuem para a perpetuação da prática da automedicação no Brasil.

    2° No 3° parágrafo você citou diversas coisas que contribuem como a automedicação. Evite isso. Permita-se citar no máximo uma, a qual você irá desenvolver. O que percebi foi que você citou os fatores e logo ligou eles com a violação de um direito. Mas como esse direito é violado? de que forma os fatores citados por você violam o que foi dito por John Locke? ficou um pouco confuso!

    Ademais, sua redação está perfeita. Continue com o bom trabalho e não desista. Você tem muito potencial.
    Competência 1: 180
    Competência 2: 200
    Competência 3: 180
    Competência 4: 200
    Competência 5: 200
    Nota Final: 960

    • 1

Você precisa fazer login para adicionar uma correção.