As duas faces da indústria farmacêutica: quais os limites entre as necessidades dos doentes e os lucros das indústrias?

CORRIJO DE VOLTA: MODELO ENEM
O livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, narra a história de um personagem que, em uma de suas tentativas de enriquecer, desenvolve o “Emplasto Brás Cubas”, medicamento que o tornaria rico e famoso. Semelhantemente, na contemporaneidade, a indústria farmacêutica possui grande lucratividade, de modo que, por vezes, foca apenas no retorno econômico e esquece das reais necessidades da população. Nesse sentido, torna-se indubitável debater acerca de como a produção em massa e a escolha de produtos mais lucrativos evidenciam o alto interesse econômico financeiro farmacêutico.

Convém ressaltar, a princípio, que os modelos de produção em larga escala demonstram a preferência pelas vendas em alta. Nessa perspectiva a reestruturação Taylor-fordista do capitalismo defende a produção em massa para que haja grande retorno econômico às empresas. Com isso, o marketing financeiro de insumos e medicamente propõe a produção em excesso, levando às indústrias a produzir mais do que o necessário. Dessa forma, com as atenções voltadas para o mercado, implica-se em um excesso de alguns produtos, enquanto há falta de outros.

Outrossim, por conseguinte, a produção em massa se dá apenas para produtos mais lucrativos, esquecendo-se daqueles que, de fato, estão sendo precisos. Nesse viés, pode-se citar Aristóteles, filósofo grego, que afirmava que a virtude está na doutrina do meio-termo, àquela que evita os extremos. Assim, seria necessário o equilíbrio entre os lucros e o real objetivo da indústria farmacêutica: atender as necessidades da população. Dessa maneira, se a indústria focar apenas nos medicamentos mais rentáveis, não haverá o equilíbrio entre financeiro e saúde.

Infere-se, portanto, que medidas sejam tomadas a fim de equilibrar as necessidades farmacêuticas da sociedade com os lucros das empresas. É preciso que o Ministério da Saúde crie projetos de lei que limitem a produção de medicamentos que estão em excesso. Ademais, cabe também o fornecimento de incentivos fiscais para as companhias que produzirem aquilo que está em falta, com o intuito de incentivar os grandes produtores a suprir as demandas da população. Por meios como esses, será possível definir os limites entre as necessidades dos doentes e os lucros da indústria, tal como desejava Brás Cubas.