As dificuldades para o aumento da doação de órgãos no Brasil

É notório que no Brasil, a doação de órgãos ainda surte um efeito de discriminação por muitos, principalmente em relação as famílias religiosas. A Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, legaliza a remoção de órgãos para transplante e doações, desde que seja autorizado pelo doador ou responsável. Essa situação dificulta a salvação de vidas, pois a autorização deste ato encontra-se fragilizada pelo momento que o responsável ou o doador passa.
Em decorrência desses aspectos é viável salientar que essa atitude é de livre-árbitro, e por isso, diversas vezes não é debatida pelos órgãos governamentais, o que dificulta a compreensão dos cidadãos sobre o assunto, pois muitos não tem informações suficientes ou de total forma da questão.
Em consequência disso, as taxas de mortalidade brasileira aumentam cada vez mais, ademais milhões de pessoas morrem na fila de espera por um órgão, ou procuram mercados clandestinos que lhe causam a mesma. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mais de 30 mil pacientes estavam na fila de espera em 2018 e destes, 1.286 faleceram no primeiro semestre. Esses agravantes mostram a dificuldade enfrentada para a recepção de um órgão, que ainda leva vários fatores em consideração, como a compatibilidade para ser ou não transplantado.
Faz-se necessário portanto, que a Organização Mundial da Saúde (OMS), juntamente com o Governo Brasileiro, aumentem o nível de campanhas sobre a conscientização da doação de órgãos, através de palestras introduzidas nos âmbitos escolares, além de relacionar uma autorização familiar na Certidão de Nascimento que possibilite ou não o transplante de órgãos, sendo, que a mesma possa ser alterada no futuro. Essas medidas fazem de suma importância para relacionarem-se com o famoso ditado popular “fazer o bem sem olhar a quem”, assim é possível salvar mais vidas e diminuir os índices de mortalidades no Brasil.