As Crianças e a Violência no Brasil

Há um dito da filosofia Ubuntu em que se diz que “é necessária toda uma aldeia para educar uma criança”. Todavia, no Brasil hodierno, esta aldeia não cumpre seu papel social. Nesse viés, a falta de consciência da Sociedade, tanto quanto a ineficiência do Estado, geram as mais diversas violências contra a criança e o adolescente.

Primeiramente, a população apresenta-se alheia à problemática. Não incomum são ditados como “Têm de bater para educar”, ou ainda “Em briga de marido e mulher não se mete a colher”, tornando-se evidente o descaso com a vida em ambiente doméstico, ou mesmo a cumplicidade. Nesse sentido, depoimentos de testemunhas, como as do caso Henry Borel, garoto morto pelo própria padrasto, mostram o silêncio dos “inocentes”.

Em segunda instância, o papel do Estado em evitar, ou mesmo remediar, a violência na vida destas crianças e adolescentes mostra-se falho. Nesse âmbito, a violência policial faz-se um problema gritante, sobretudo contra e entre jovens negros e pobres. Apesar disso, há um grande número  de pessoas que defendem a diminuição da maioridade penal, alimentando este ciclo vicioso de violência que gera violência.

Em síntese, o papel do Estado deve ser efetivado, ainda que tarde. Logo, o Governo Federal deve investir na implementação de escolas cidadãs, que não apenas ofereçam educação de qualidade, mas que acompanhe e auxilie a vida dos alunos em diversos aspectos. Para isso, o acesso deve ser universal, incluindo sobretudo as famílias mais desestruturas, de modo que também a família seja educada, e que uma transformação na própria sociedade possa acontecer. Dessa forma, as crianças e adolescentes poderão um dia se sentiram acolhidas nesta grande aldeia chamada Brasil.