As consequências a longo prazo da persistência da fuga de cérebros no Brasil

Atualmente, o mundo vive a Revolução Técnico-Centífica e Informacional e diante desse cenário é evidente a importância da ciência e da tecnologia. Sob esse viés, observa-se que a persistência do fenômeno chamado “fuga de cérebros” acarreta, a longo prazo, grandes consequências aos países que exportam os profissionais qualificados. Dessse modo, é fundamental analisar e remediar os fatores que agravam a problemática, tais como a falta de investimento na ciência e escassez de emprego em prol da plena harmonia social.

Em primeiro plano, nota-se que a falta de investimentos na educação intensifica o processo da “fuga de cérebros” no Brasil. De acordo com a Constituição de 1988, direitos básicos como o ensino são oferecidos a toda população, entretanto isso não tem ocorrido na prática. Essa constatação pode ser feita na medida em que não está sendo destinada à ciência verba suficiente e como resultado bolsas de iniciação científica e permanência estudantil são diminuídas e pesquisas canceladas. Essa realidade faz com que o profissional tenha que procurar oportunidades onde seu trabalho seja valorizado, muitas vezes tendo que ir embora do país, e oferecendo seu conhecimento para descoberta de inovações vantajosas que poderiam ter sido aproveitadas por sua pátria.

Em segundo plano, o sucateamento do mercado de trabalho também corrobora a exportação de talentos. Sob essa óptica, uma matéria realizada pela BBC Brasil (British Broadcasting Corporation), em 2020, mostra os motivos pelos quais mestrandos, doutorandos  e cientistas deixam o Brasil, dentre eles o mais frequente é o medo do desemprego diante da diminuição do investimento na área que atuam e o prazo para o fim das bolsas. Consequentemente, esses indivíduos vão embora em busca de melhores condições de vida, salários e até mesmo oferta de laboratórios mais avançados, deixando o país em atraso no que tange a descobertas revolucionárias no campo da ciência.

Portanto, urge que o Governo, tome providências, a fim de diminuir a saída de profissionais do Brasil e mitigar os impactos negativos  do atual cenário. Cabe ao Estado, aumentar o investimento na educação e incentivar os cientistas, por meio de projetos que melhorem a estrutura dos locais de pesquisa, aumento das bolsas de estudo, e campanhas em parceria com as mídias sociais que estimulem a educação e celebre as descobertas dos estudantes. Essas campanhas devem mostrar os projetos que estão sendo realizados nas universidades, escolas e os benefícios que podem ser aproveitados desses estudos para que assim o valor dos talentos brasileiros seja reconhecido.