Aporofobia: a sociedade brasileira e o ódio aos pobres

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Segundo René Descartes, “Não existem métodos fáceis para combater problemas difíceis”. Essa frase remete à ideia de que, mesmo chegando ao terceiro milênio, o homem não conseguiu aniquilar as mazelas que assolam a humanidade. Com isso, percebe-se que a existência da aporofobia – desprezo aos pobres – na sociedade vem trazendo inúmeros problemas para o avanço social do país. Assim. faz-se necessário analisar a negligência governamental e a inércia populacional para que haja sua resolução.

Nesse sentido, nota-se que a negligência estatal é um forte agravante para a permanência da aversão com a população de classe baixa. O sociólogo karl marx tece críticas ao governo no que tange a sua passividade frente aos problemas sociais populares. Contudo, as críticas de marx se fundamentam pois o Estado não dá devida importância para a população mais pobre, uma vez que essa parte da cidadania não usufrui dos direitos garantidos pela constituição de 88 – como acesso à educação, ao lazer, à alimentação e à mobilidade – devido à falta de renda. Essa privatização vivida por esses moradores é reflexo da aversão aos desfavorecidos financeiramente, levando ao descaso do Governo que não se mobiliza com a situação de pobreza, o que leva a invisibilidade dessa parcela e favorece a aporofobia.

Além disso, a inércia populacional contribui para a ascensão do preconceito com os menos beneficiados economicamente. A filósofa Hannah Arendt desenvolve o termo “banalidades do mal” em que tece críticas a tranquilidade das pessoas em relação aos problemas sociais. Com isso, hodiernamente no Brasil, nota-se uma separação dos espaços públicos – como a privatização de praças públicas e criação de condomínios fechados. Essa separação é notada quando espaços que deveriam ser usados por toda população passam a pertencer somente a classe alta e restringir a entrada dos mais pobres, como taxa a entrada em praças, uso de elementos afiados em locais usados como cama por moradores de rua para diminuir a presença de pessoas em situação de rua nesses locais. Outrossim, tem-se a criação dos condomínios fechados que limita a entrada dos mais pobres em ambientes para classes altas, o que cria uma barreira que favorece a aporofobia.

Torna-se evidente, portanto, que medidas são exequíveis para acabar com a aporofobia na sociedade brasileira. Mediante a isso, cabe ao Governo – órgão gestor da nação- melhorar a distribuição de rendas, por meio de campanhas, a fim de melhorar a condição de vida da classe mais pobre e igualar os acessos aos direitos que são garantidos. Além disso, também cabe ao Governo criar projetos, por meio de verbas oriundas do combate à corrupção – como a Operação Lava-Jato – no intuito de desenvolver mais áreas públicas para todos. Feito isso, será possível ter métodos fáceis para combater problemas difíceis.

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5 Correções

  1. Competências

    I: demonstrar domínio da língua portuguesa; 
    Nota:160

    II: compreender a proposta de redação e os conceitos das áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo; 
    Nota:200

    III: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; 
    Nota:160

    IV: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação; 
    Nota:160

    V: elaborar uma proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos direitos humanos e considerando a diversidade sociocultural. 
    Nota:200

    Dúvidas: [email protected]

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  2. Oie!

    Competência 1 – 160 pontos
    Possui bom domínio da escrita formal. Apresentando poucos desvios.

    Ex: “…Assim. [1] faz-se necessário analisar a negligência governamental e a inércia populacional para que haja sua resolução.”

    Ex 2: O sociólogo karl marx [2] tece críticas ao governo no que tange a sua passividade frente aos problemas sociais populares. Contudo, as críticas de marx [2] se fundamentam [vírgula] pois o Estado não dá devida importância para a população mais pobre, uma vez que essa parte da cidadania não usufrui dos direitos garantidos pela constituição [3] de 88 – como acesso à educação, ao lazer, à alimentação e à mobilidade – devido à falta de renda.

    Ex 3: “…levando ao descaso do Governo [4] que não se mobiliza com a situação de pobreza…”

    Ex 4: “…Essa separação é notada quando espaços que deveriam ser usados por toda população passam a pertencer somente a [à] classe alta…”

    [1]: Aqui seria uma vírgula mas acredito que foi só desatenção.

    [2]: Karl Marx (nomes próprios têm as iniciais maiúsculas)

    [3]: A Constituição também precisa ser grafada com a inicial maiúscula.

    [4]: governo (com letra minúscula)

    Competência 2 – 200 pontos
    Compreendeu a proposta e apresenta um bom repertório sociocultural.

    Competência 3 – 120 pontos
    D1: Poderia ter falado mais sobre as condições de vida dos pobres perante a negligência estatal.

    D2: Achei a arquitetura hostil um excelente ponto, pois ela é o reflexo do descaso da sociedade para com os pobres, já que se importam mais com os visuais da cidade do que com pessoas que não têm onde morar. No entanto, quem pode de fato fazer algo sobre isso é a prefeitura. Você poderia ter argumentado mais em cima disso e até ter incluido na sua tese. Ademais, você desenvolveu bem, mas faltou aprofundamento.

    Competência 4 – 120 pontos
    Presença regular de conectivos. Apresenta algumas repetições e inadequacões.

    Inadequação:

    Ex 1: “…O sociólogo karl marx tece críticas ao governo no que tange a sua passividade frente aos problemas sociais populares. Contudo [5], as críticas de marx se fundamentam pois o Estado não dá devida importância para a população mais pobre…”

    [5]: “Contudo” é um conectivo de oposição, portanto caberia se você fosse apresentar uma ideia que contradiz o posicionamento do Marx. Como esse não é o caso e você quis usá-lo para justificar seu ponto, um “desse modo”, “nessa perspectiva”, ficaria bem melhor.

    Redundâncias:

    No desenvolvimento 1, você fala sobre a negligência do governo em relação aos de baixa renda, dá exemplos e fala que tais coisas levam à negligência do governo.

    Ex 2: “…Contudo, as críticas de marx se fundamentam pois o Estado não dá devida importância para a população mais pobre……..levando ao descaso do Governo que não se mobiliza com a situação de pobreza, o que leva a invisibilidade dessa parcela e favorece a aporofobia.”

    Em relação ao seu desenvolvimento 2, você falou das praças e condomínios fechados, falou sobre outra coisa e depois voltou a falar sobre eles após um conectivo de adição (outrossim), que faz parecer que você tá introduzindo uma ideia não apresentada antes e isso fez seu parágrafo ficar redundante. Você deveria ter explicado esses elementos assim que os mencionou.

    Repetição:

    Ex 3: “….O sociólogo karl marx >tece críticasproblemas sociaistece críticasproblemas sociaisAlém dissoAlém disso<, também cabe ao Governo criar projetos…"

    • A palavra "problema" também se repete bastante.

    Competência 5 – 200 pontos
    Sua conclusão apresentou duas propostas de intervenção: a primeira está até completa mas "por meio de campanhas" é bem vago, apesar de você ter usado o detalhamento no agente, poderia ter colocado mais especificidade no meio/modo. Já a segunda está bem completa.

    NOTA: 800

    Boa! Só tome cuidado com os delongamentos presentes no seu texto.

    Continue escrevendo! <3

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  3. Oiee, gostei muito da sua redação. Tentei corrigir com base nos meus conhecimentos, espero que ajude:)

    Introdução:
    Segundo René Descartes, “Não existem métodos fáceis para combater problemas difíceis”. Essa frase remete à ideia de que, mesmo chegando ao terceiro milênio, o homem não conseguiu aniquilar as mazelas que assolam a humanidade. Com isso, percebe-se que a existência da aporofobia – desprezo aos pobres – na sociedade vem trazendo inúmeros problemas para o avanço social do país. Assim. [1] faz-se necessário analisar a negligência governamental e a inércia populacional para que haja sua resolução. [2]
    [1] Tirar esse ponto e colocar vírgula. (Acredito que tenha sido apenas um erro de digitação, mas atente-se a isso)
    [2] Tese bem explícita.

    Desenvolvimento 1:
    [3] Nesse sentido, nota-se que a negligência estatal é um forte agravante para a permanência da aversão com a população de classe baixa. [4] O sociólogo karl marx tece críticas ao governo no que tange a sua passividade frente aos problemas sociais populares. Contudo, as críticas de marx [5] se fundamentam pois o Estado não dá devida importância para a população mais pobre, uma vez que essa parte da cidadania não usufrui dos direitos garantidos pela constituição de 88 – como acesso à educação, ao lazer, à alimentação e à mobilidade – devido à falta de renda. Essa privatização vivida por esses moradores é reflexo da aversão aos desfavorecidos financeiramente, levando ao descaso do Governo que não se mobiliza com a situação de pobreza, o que leva a invisibilidade dessa parcela e favorece a aporofobia. [6]
    [3] Substitua esse conectivo.
    [4] Introduza um conectivo.
    [5] Essa palavra deve ser iniciada com letra maiúscula.
    [6] Você apresentou um bom argumento, mas acho que poderia ser melhor aprofundado.

    Desenvolvimento 2:
    Além disso, a inércia populacional contribui para a ascensão do preconceito com os menos beneficiados economicamente. [7] A filósofa Hannah Arendt desenvolve o termo “banalidades do mal” em que tece críticas a [8] tranquilidade das pessoas em relação aos problemas sociais. Com isso, hodiernamente no Brasil, nota-se uma separação dos espaços públicos – como a privatização de praças públicas e criação de condomínios fechados. Essa separação é notada quando espaços que deveriam ser usados por toda população passam a pertencer somente a classe alta e restringir a entrada dos mais pobres, como taxa a entrada em praças, uso de elementos afiados em locais usados como cama por moradores de rua para diminuir a presença de pessoas em situação de rua nesses locais. Outrossim, tem-se a criação dos condomínios fechados que limita a entrada dos mais pobres em ambientes para classes altas, o que cria uma barreira que favorece a aporofobia. [9]
    [7] Introduza um conectivo.
    [8] Necessário o uso da crase.
    [9] Sua tese fala sobre a inércia populacional, mas seu parágrafo se desenvolve em torno da segregação, portanto, aqui você não desenvolveu a tese.

    Conclusão:
    Torna-se evidente, portanto, que medidas são exequíveis para acabar com a aporofobia na sociedade brasileira. Mediante a isso, cabe ao Governo – órgão gestor da nação- melhorar a distribuição de rendas, por meio de campanhas, a fim de melhorar a condição de vida da classe mais pobre e igualar os acessos aos direitos que são garantidos. Além disso, também cabe ao Governo criar projetos, por meio de verbas oriundas do combate à corrupção – como a Operação Lava-Jato – no intuito de desenvolver mais áreas públicas para todos. Feito isso, será possível ter métodos fáceis para combater problemas difíceis. [10]
    [10] Ótima conclusão, apresentou todos os elementos necessários para a elaboração da proposta, parabéns :)

    Notas por competência:
    [1] 160
    [2] 200
    [3] 160
    [4] 160
    [5] 200
    Total: 880

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  4. Redação muito bem reformulanda, do início ao fim conseguiu aguçar a curiosidade do leitor, as citações feitas feitas na introdução e nos parágrafos de desenvolvimento deram vida a redação, muito bem estruturada e textualmente coerente, seu repertório de conectivos está ótimo mas, introdução, desenvolvimento, conclusão ótimos.

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  5. Que redação ótima, super bem estruturada, a introdução super visível a tese, começou falando de um filósofo muito conhecido, os desenvolvimentos 1 e 2 estão divinos, super bem contextualizado, evidenciando os fatos, parabénsss
    E a conclusão está divina, consegui bem visualizar o agente, meio, detalhamento, finalidade
    continue assim.
    Nota: 900

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