Antigo Novo Mundo Virtual

Não é de agora que contemplamos os prejuízos que a grande quantidade de horas dedicadas atrás da tela de um celular ou computador tem causado em grande parte da população mundial. São parcelas significativas das nossas vidas que vão sendo sugadas diariamente por redes sociais, salas de bate papo, canais de vídeos, sites de jogos e outros tipos de entretenimento que a mídia propositalmente cria para nos tornar devotos a ela.

Esse cenário no Brasil só piora quando vemos que a maior parte desses “seguidores”, são nossos brilhantes e futuros do país: os jovens. Cada vez mais cedo eles estão trocando as bonecas e os carrinhos por telas enormes que os prendem o dia todo, ou até mesmo aquelas que cabem em suas pequenas mãozinhas, fazendo-os deixar o parquinho da escola de lado e até alguns amigos. Quando estes crescem, os controles de vídeo game domam suas mãos e só vão dormir quando conseguem matar o maior número de inimigos possíveis ou quando conseguem várias curtidas no instagram; tornaram-se meros existencialistas no planeta terra.

A exclusão social, falta de comunicação, transtorno de comportamento, doenças físicas, desinteresse pela educação, indiferença com familiares e pessoas próximas e a dependência dos aparelhos,  são alguns dos sintomas que a internet tem causado a muito tempo nos jovens e que até hoje vem se problematizando cada vez mais e ninguém consegue contornar esse mal; O mundo avança, as telecomunicações evoluem, mas o antigo vicio do “presos pela tela” continua assolando a população brasileira. Mas por que então não combater o próprio mal com o bem?

Se a própria mídia propaga esse mal, porque a mesma não o combate? Campanhas para minimizar o uso da internet revelando quão saudável a vida é quando se tem um equilíbrio, cartazes mostrando a realidade do mal que esse caminho causa, palestras nas escolas para despertar os jovens, rodas de conversa com alunos, pais e psicólogos, movimentos estudantis onde os próprios jovens alertam outros sobre essa problemática, leis que proíbam o uso desses aparelhos em locais específicos da cidade, maior participação e ação dos pais e professores na vida desses jovens, procurar exemplos em outros países…Enfim, se realmente queremos participar de um futuro, temos que começar a mudar o rumo dele agora.

Não é somente olhar para essas pessoas e vê-las como caso perdido; é saber discernir que são seres humanos que necessitam de ajuda, pois quando não tratado de imediato esse vicio torna-se algo irreversível e que deixa sequelas terríveis na vida dos mesmos. É saber orientar, aconselhar, acompanhar e continuar do lado; é colocar em prática o discurso de que “juntos somos mais fortes” e querer realmente que eles saibam usar com consciência a internet para um bem maior e não para sua própria destruição.