Anti-saúde no Brasil

Basta olhar para um passado próximo para ver como a atualidade se faz espelho da época. No ano 1924, no Rio de Janeiro, ocorreu a Revolta da Vacina – um movimento popular que negava assistência da vacinação – que nos dias atuais contém adeptos de uma corrente semelhante. O movimento antivacina é composto por pais que acreditam estarem sendo manipulados pelo governo através das vacinas. Comprova-se que este movimento resultou no reaparecimento de doenças erradicadas.

O avanço da medicina que ocorreu durante a primeira e segunda guerras foram essenciais para a época, tendo nesse meio tempo a descoberta da penicilina. Não obstante, conforme a saúde avança, a irresponsabilidade parece seguir em progressão geométrica. Pais que privam seus filhos da vacinação acreditam que esse meio de imunização é uma forma do governo de controle populacional. O movimento antivacina se intensificou no Brasil em 2018, e as mortes por negligência só aumentam desde então.

É de se imaginar que tais atitudes trariam consequências. No ano de 2019, no Brasil, ocorreu um surto de sarampo – doença que fora erradicada há décadas – e a rubéola. Ambas doenças com profilaxia na vacina da tríplice viral. Como o sistema imunológico não consegue combater sem auxílio esses vírus, as pessoas não vacinas acabam por morrer.

Medidas precisam ser tomadas diante o impasse. Como postos de saúde já fazem campanhas de vacinação, seria de responsabilidade dos agentes de saúde reportarem à Secretaria de Saúde municipal sobre as pessoas que se recusam a receber a imunização. O Ministério da Saúde juntamente com o Ministério da Educação deveriam organizar uma cartilha sobre a importância da vacinação, sendo a mesma distribuídas nas escolas e postos de saúde gratuitamente. Desde a Constituição de 1988 a saúde é um direito de todos, e que ele não seja privado agora.