Analfabetismo digital: um obstáculo para o desenvolvimentismo

“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. Através desse trecho do poeta Carlos Drummond de Andrade, vê-se que o analfabetismo digital se configura como um problema na vida de muitos brasileiros. Esse cenário nefasto ocorre não só em razão da desigualdade socioeconômica mas também a falta de formação no âmbito educacional.
Nesse sentido, de acordo com o índice de Gine, medida que classifica o grau de desigualdade no país, o Brasil está entre as 10 nações mais desiguais do mundo. Nessa lógica, essas desigualdades faz com que uma parcela da população seja excluida por não ter recursos financeiras de ter para ter acesso às novas tecnologias. O que resulta em uma impossibilidade de se adaptar no uso dessa ferramenta. Fato que consequentemente agrave esse obstáculo.
Outrossim, destaca-se a falta de uma educação formadora como impulsionador do problema no Brasil. Segundo Roger Chatear, historiador contemporâneo, a escola deve funcionar de modo a ser uma ponte em que o poder público intervém na formação da sociedade, inclusive, no âmbito digital. Entretanto, na realidade do Brasil esse ideal se encontra apenas na teoria e não desejavelmente na prática, pois as instituições não fornecem recursos necessários para os alunos e professores dominarem essas ferramentas tecnológicas. Logo é inaceitável que esse cenário continue a perdurar.
Insere-se, portanto, que o analfabetismo digital se mostre uma grande pedra a ser removida do caminho para o desenvolvimento. Nesse sentido, é imprescindível que o governo por intermédio de investimentos em regiões menos favorecidas economicamente, proporcione condições igualitárias de acesso às tecnologias. Além disso, compete ao Ministério de Educação, ampliar com urgência o acesso às novas tecnologias nas escolas, por meio da distribuição do redirecionamento de verbas para a aquisição de computadores e para a formação de professores e alunos, a fim de que as comunidades tenham acesso às novas tecnologias a partir das escolas públicas.