Analfabetismo digital

Ulisses Guimarães -ex deputado federal e participante da Assembleia Constituinte- ao promulgar a Constituição Federal de 1988, que está em vigor até os dias atuais, fez um discurso com a promessa de tornar a carta magra a voz da sociedade rumo à mudança. Contudo, no que se diz respeito ao analfabetismo digital vê-se que os cidadãos ainda enfrentam barreiras no Brasil. Nesse âmbito é lícito destacar como principais causas do problema a falta de medidas governamentais e uma educação deficiatória.
Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater esse déficit de conhecimento digital. Nesse sentido, há uma insuficiência de leis e capitais que deveriam ser destinadas a esse fim. Em conjunto, segundo as ideias do filósofo John Locke, configura-se como uma violação do “contrato social”, já que o estado não cumpre sua função em garantir que os cidadãos desfrutem dos direitos indispensáveis, como a educação, o que infelizmente é evidente no país.
Além disso, é fundamental apontar a deficiência da educação brasileira para combater essa controvérsia. Assim, segundo o historiador Roger Chartier, a escola deve ser uma ponte em que o poder público intervém na formação da sociedade, inclusive, no meio digital. Porém, na realidade do Brasil isso não acontece, pois os institutos não ofertam uma formação para os alunos dominarem essa tecnologia. No entanto, esse problema vai perdurar até as escolas prepararem devidamente seus discentes.
Em resumo, é necessária ações interventivas para amenizar o analfabetismo digital no Brasil. Para isso, o governo deve investir em projetos de leis com a finalidade de garantir os devidos direitos aos cidadãos que precisam de uma atenção maior voltada para a área tecnológica. Além disso, compete ao ministério da Educação, órgão responsável pelas políticas educativas, por meio do grande debate entre estado, professores e família, inserir métodos eficazes e, consequentemente, promover a alfabetização digital da sociedade. Feito isso, o Brasil poderá gradativamente cumprir o que Guimarães propôs em seu discurso.