Analfabetismo Digital

A Constituição Federal de 1988, Documento jurídico mais importante do país, prevê em seu artigo 6°, o direito a inclusão digital como essencial a todo cidadão brasileiro. No entanto, esse benefício não se destaca com eficiência na prática quando se observa o analfabetismo digital, dificultando, deste modo, a generalização desse direito social que é tão importante. Nesse seguimento, é imprescindível a análise dos fatores que favorecem esse quadro.

Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater a falta de conhecimento do uso da internet. Nesse sentido, percebe-se que o direito a inclusão digital fica cada vez mais distante para grande parte da população, pois com o analfabetismo digital, numa época onde o mundo físico e digital são muito conectados, pessoas sem conhecimento sobre a internet acabam sendo isoladas do restante da sociedade. Nessa circunstância, segundo as ideias do filósofo John Locke, caracteriza-se como uma violação do ” contrato social “, pois o estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos fundamentais, como a inclusão digital, que lamentavelmente, é evidente no país.

Além disso, é fundamental apontar o alto custo de celulares, computadores e internet como impulsionador do analfabetismo digital no Brasil. Segundo a Agência Brasil, mais de 25% da população não tem acesso a internet, onde 40% dessas pessoas dizem que o motivo de não acessá-la é não saber usar e 6% diz que os equipamentos necessários são caros. Diante disso, é inadmissível a continuação desse cenário no país.

Torna-se evidente, portanto, a necessidade de combater esses obstáculos. Sendo assim, é imprescindível que o Ministério da Cidadania, por meio de parcerias, construa pontos de internet em locais onde a população é mais carente do acesso ao mesmo, afim de facilitar o contato dessas pessoas com as plataformas digitais, incluindo-os na sociedade virtual. Paralelamente, a instrução sobre como usar a internet deve ser feita pelo Governo, através de campanhas em escolas e propagandas em rádio e televisões. Logo, o estado desempenha corretamente o seu ” contrato social “, tal como afirma John Locke.