Analfabetismo digital

ANALFABETISMO DIGITAL

No filme “Os estagiários”, é retratada a história de dois amigos que, ao entrarem em um estágio da empresa Google, precisam adaptar-se a coisas totalmente novas para eles: a internet e o mundo cibernético. Assim como as personagens da obra, fora da ficção, inúmeros brasileiros se encontram perdidos no avanço tecnológico, por conta da chegada tardia dessas ferramentas ao Brasil, o que resulta em um país com alto nível de analfabetismo digital – fato que pode prejudicá-lo seriamente.

Primeiramente, é necessário saber que uma das causas do analfabetismo digital é a chegada tardia dessas tecnologias ao Brasil. Durante o século XVIII, na Inglaterra, aconteceu um fato que mudou os rumos do mundo: a primeira revolução industrial, em que houve a substituição da manufatura pela maquinofatura. Sendo assim, houve diversos avanços, como a invenção da máquina a vapor. Apesar da melhoria tecnológica notória, o processo de industrialização do Brasil ocorreu apenas por volta do século XX. Desse modo, hodiernamente, o país continua defasado tecnologicamente, pois, desde os seus primórdios, avançou tardiamente, resultando em um déficit histórico.

Em decorrência disso, como já citado, o Brasil enfrenta um atraso mundial em questões tecnológicas, sendo reconhecido pelo seu analfabetismo digital. De acordo com o “The inclusive internet index 2019”, que avalia o nível de preparo dos usuários na internet, o país aparece em 31º posição de cem. Como observado na pesquisa, os brasileiros têm um grande despreparo tecnológico, algo incongruente com um mundo geograficamente globalizado. Desse modo, pode-se ter problemas maiores, como a vulnerabilidade a ataques cibernéticos – algo que aconteceu em 2019 com o STJ.

Portanto, evidencia-se que medidas devem ser tomadas para garantir o acesso e o bom uso dos meios digitais aos cidadãos. O Ministério da Educação deve, através de um aumento nas verbas dedicadas às aulas de Informática, garantir equipamento e ensino tecnológico de qualidade aos alunos, além de ministrar cursos de computação para a parte da população adulta que sente necessidade de uma formação na área, de modo a garantir que todos tenham acessibilidade à educação digital, diminuindo os índices de analfabetismo cibernético no Brasil. Dessa maneira será possível reduzir a defasagem tecnológica histórica e as chances de ataques virtuais no país, fazendo com que não se tenha casos como o narrado em “Os estagiários”.