Alimentação irregular e obesidade no Brasil

Durante a década de 1990, após o fim da União Soviética, o modelo de desenvolvimento neoliberal tornou-se globalizado. Observa-se, a partir de então, o aumento do consumo em escala mundial, especialmente quando relacionado aos setores alimentícios. Esse cenário contribuiu, dessa maneira, para os crescentes índices de alimentação irregular e de obesidade também no Brasil. Espera-se, por isso, medidas sociais e econômicas que combatam a problemática mencionada.
Em primeiro lugar, é válido destacar os fatores cotidianos que corroboram para essa situação. Segundo o pensador Zygmunt Bauman, as relações hodiernas caracterizam-se por sua liquidez, o que impede às interações total solidificação. Desse modo, verifica-se que, por serem fluídas, ações e pensamentos tendem à irracionalidade e rapidez, impedindo, por exemplo, a preferência por uma educação alimentar balanceada, dada a celeridade que permeia o cotidiano, às comidas trash – caracterizadas por seus baixos valores nutritivos e pela instantaneidade de seu preparo.
Em segundo lugar, observa-se a necessidade de se elencar os elementos econômicos que contribuem para a situação em análise. De acordo com Adorno e Horkheimer, o capitalismo apresenta, como uma de suas ferramentas, a denominada “Indústria Cultural”, responsável pela massificação dos desejos e gostos de uma população. Apreende-se que essas propagandas, ao persuadirem e convencerem o consumidor pela ingestão de determinado produto, corroboram para os alarmantes números sobre a obesidade no país, principalmente em relação à obesidade infantil, dada a maior facilidade com que essas propagandas são absorvidas pelo público jovem.
Fica claro, portanto, que tanto a alimentação irregular quanto a obesidade são frutos de agentes socioeconômicos. Assim, cabe ao Estado, junto às entidades civis, o desenvolvimento de campanhas vinculadas em mídias capazes de demonstrar a importância de hábitos alimentares saudáveis e dos principais riscos desenvolvidos pela má alimentação. Além disso, é preciso que o Ministério da Educação apresente projetos que ensinem sobre e combatam a obesidade infantil, por meio de práticas esportivas no ambiente escolar, a fim de minimizar ou, mesmo, extinguir essa situação.