Alienação parental em questão no Brasil

A família é o ensejo na formação dos cidadãos de uma sociedade. Nesse meio, junto aos seus familiares, um ser humano usufrui dos valores e dos costumes deste âmbito. No entanto, o meio familiar pode se tornar maléfico às crianças, pois, podem ser influenciadas negativamente por seus pais, uma vez que a criança devido a falta  de discernimento, pela inexperiência e ingenuidade, é suscetível às influências  do meio em que vivem, sejam elas positivas ou negativas. Nesse cenário, percebe-se que a criança, possivelmente confusa, poderá sofrer os impactos negativos em sua saúde mental, devido a pressão psicológica, motivada pelo temor de magoar  ou decepcionar  seus genitores ao contrariá-los.

Nessa perspectiva, ressalta-se que a ingenuidade e a falta de discernimento das crianças são fatores de risco para as mesmas, uma vez que em casos de divórcio entre seus pais, sofrerão chantagens emocionais e serão vítimas da persuasão de ambos os lados. Nesse sentido, em uma separação conjugal é comum a ocorrência de conflitos entre as partes envolvidas, nesses casos, ambos tentam repreender a criança para que a mesma não tenha contato com o outro genitor, dessa forma, a criança se vê “dividida”, podendo desenvolver problemas emocionais futuramente.

Outrossim, tais problemas podem se tornar duradouros e definitivos na vida da criança. Desse modo, vale salientar a narrativa da obra audiovisual “Preciosa, uma história de esperança”, de 2009, uma vez que o enredo de tal filme aborda a história de Preciosa, uma jovem de 16 anos, que enfrenta sozinha a falta de seu falecido pai, concomitantemente aos devaneios de sua mãe usuária de entorpecentes. Analogamente à história de vida da personagem,têm-se visto na sociedade brasileira a alienação do meio familiar, que muitas vezes é definido erroneamente como “perfeito para a aprendizagem das crianças”, uma vez que isso não se aplica a todas as famílias, além de não se levar em consideração que a estrutura familiar vai além da estrutura clássica, o que faz com que as crianças tenham a ilusão de que para se ter de fato uma família, precisariam que seus pais estivessem necessariamente em uma união estável.

Portanto, é de suma importância que medidas enérgicas sejam tomadas. Tendo em vista que o Estado, em parceria às entidades subordinadas,  como o Conselho Tutelar e o Ministério da Educação, devem realizar simultaneamente projetos  que tenham como fito a minimização dos impasses intrafamiliares. Ademais, o Conselho Tutelar apoiado pelo Estado e prefeituras municipais, deve realizar consultas e visitas residenciais, a fim de apurar a convivência entre o tutor da(s) criança(s) com os outros membros do núcleo familiar. Na área educacional, o Ministério da Educação deve realizar palestras e campanhas publicitárias que visem  a quebra dos  padrões existentes na estruturação das famílias, uma vez que a criança precisa ser amparada ideologicamente, para que possa realizar suas escolhas de forma livre e isenta, sem ser vítima da alienação parental.