Aleitamento materno no Brasil

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Uma das histórias mitológicas mais conhecida diz respeito aos irmãos Rômulo e Remo. Nela, o rei  Amúlio coloca os dois, ainda bebês, no rio e eles são levados até sua margem, onde encontram uma loba que os alimenta com seu leite. Essa narrativa, apesar de não relatar fatos verídicos, pode ilustrar  a importância da amamentação no desenvolvimento infantil. No entanto, na realidade brasileira muitas mães realizam o desmame dos filhos precocemente devido ao trabalho ou ao preconceito do aleitamento em público, privando-os dos inúmeros benefícios do leite materno.

Em primeiro lugar, através das lutas feministas as mulheres conseguiram ampliar suas atividades para além do ambiente doméstico, porém a licensa-maternidade ainda não condiz com o tempo necessário de amamentação dos bebês. Segundo a OMS, o leite materno deve ser o único alimento até os seis meses de vida e, como a licensa garante geralmente apenas 120 dias de afastamento para as mulheres, o tempo da mãe com o filho é reduzido e o desmame precoce é incentivado. Além disso, a hipersexualização da mulher produz uma repreensão à amamentação em locais públicos, transformando um ato que deveria ser visto como natural em algo repudioso e que ofende a moral.

Por conseguinte, a interrupção do aleitamento antes do período adequado traz diversos malefícios para a mãe e a criança. Isso ocorre porque o leite materno contém nutrientes e anticorpos que protegem os bebês contra infecções, diminuindo o risco de doenças e mortes. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a infância, caso todos os bebês fossem amamentados adequadamente até os dois anos de idade, quase 1 milhão e 300 mil crianças poderiam ser salvas todos os anos. Também, a amamentação tem vários benefícios para as mães,  como: prevenção de sangramentos após o parto, de câncer de mama e de ovário.

Portanto, é necessário que medidas sejam tomadas. A fim de incentivar a amamentação urge que o Ministério do Trabalho aumente a licensa-maternidade para 6 meses, por meio de mudanças na lei regente, para que as mulheres tenham mais convívio com seus filhos nessa fase importante após o nascimento. E, que o Ministério dos Direitos Humanos realize campanhas conscientizadoras naturalizando a amamentação em público para garantir mais liberdade à mulher. Só assim, como Rômulo e Remo, a base da nossa sociedade crescerá saudável.

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1 Correção

  1. Olá Abigail!
    Primeiramente parabéns pela escolha do tema e a sua redação.
    Vou dividir a correção entre os pontos fortes e o os pontos que senti falta no seu texto.
    Pontos fortes: sua introdução apresentando o mito romano de Rômulo e Remo, a apresentação do dilema do curto prazo da licença maternidade. e a proposta do acréscimo no tempo da licença.
    Pontos em falta: Uma leitura mais global do tema apontando onde o problema é mais crítico como por exemplo alto índice de desmane nas populações pobres e de baixa escolaridade.
    Na sua conclusão senti falta de uma campanha que envolva os bancos de leite, grandes interessados nessa história, e de articulação com ongs, instituições religiosas etc para maior sensibilização. Nota 750. Rumo a nota 100

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