Administração do que está sob alcance

Tema: Resiliência

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, não são as crises que mudam o mundo, mas sim as reações a elas. Sob tal ótica, diante da ausência de resiliência, capacidade de se recuperar após situações de desconforto, no país é notório que o Brasil propende-se a respostas negativas, visto que vigora a falta de investimentos no aspecto emocional da população e, como efeito, emergem pessoas obrigadas a desenvolver essa habilidade por necessidade. Logo, faz-se mister a análise dessa conjuntura a fim de promulgar reações positivas defronte à problemática.

Em primeiro plano, é axiomático como a não aplicação de recursos para o emocional colabora à perenização desse quadro deletério. Consoante às ideologias de Pitágoras, o mundo é baseado na harmonia de forças contrárias. De maneira análoga, é perceptível o contexto de desequilíbrio do país, aonde de um lado se encontra um Estado o qual não despende esforços nesse âmbito, ao passo que no outro se encontra cidadãos não orientados desde a tenra idade a como lidar, por exemplo, com a concorrência e o fato de executar tarefas mesmo com o emocional abalado. Destarte, nota-se que uma realidade que prepare realmente o estudante não está presente.

Em segundo lugar, torna-se irrefutável a íntima relação do surgimento da necessidade da criação de resiliência com a causa supracitada. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), apenas 10% da população concentra 40% da renda do Brasil. Neste viés, infelizmente, percebe-se a obrigatoriedade dessa habilidade a fim de resistir, mesmo com esse péssimo panorama o qual promove a veracidade da existência de estímulos externos que influenciam negativamente o habitante. À luz dessa perspectiva, é imperiosa a necessidade de ações que visem liquidar esse despreparo dos estudantes.

Portanto, depreende-se que há a premência de medidas com o fito de liquidar esse impasse. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), por intermédio da alteração na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), adicionar a disciplina de Educação Emocional, a qual visará lecionar a importância de trabalhar contextos negativos e como se preocupar com apenas com o que está sob seu controle. Quiçá, assim, tal hiato reverter-se-á, de modo a desenvolver cidadãos mais resilientes e adentrados à harmonia de Pitágoras, fazendo “jus”, positivamente, àquilo que fora apregoado por Bauman.