ACESSO AO LAZER NO BRASIL (modelo ENEM)

O expoente impressionista Edouard Manet, retratou em sua obra “Barqueiros de Argenteuil” a classe média alta usufruindo do lazer enquanto ao fundo, as indústrias não paravam seus serviços na periferia de Paris. Embora uma pintura, a essência e descrição do autor, preserva-se contemporaneamente, na realidade brasileira no tocante ao acesso ao lazer. Sob tal ótica, esse cenário desrespeita importantes princípios da vida social, a saber, a desigualdade socioeconômica e a Constituição.
Em primeiro plano, convém ressaltar a importância da manutenção das disparidades econômicas para limitação do lazer. O contexto de colonização no qual o país se consolidou, levou a eclosão da concentração de renda em um grupo limitado – latifundiários e elite – e a exclusão de oportunidades a maior parte da população, que não possui recursos financeiros para frequentar cinemas, teatros e viagens.
Ademais, o panorama de desigualdade e restrição a esses espaços, confrontam a Constituição em vigor. Segundo o filósofo Rousseau, é dever do Estado agir de maneira a assegurar a justiça e igualdade a todos os cidadãos. No entanto, ao desrespeitar o Art. 6° da Carta Magna, o Governo falha com sua responsabilidade. Dessa forma, esse cenário prejudica o tecido social e necessita de sua dissolução.
A persistência da desigualdade social, em paralelo a ineficiência do Estado, consubstanciam, portanto, o impasse no acesso ao lazer no Brasil. Logo, a fim da maior participação social em atividades de diversões, compete ao Poder Executivo, sob forma do Ministério da Cultura, promover descontos para indivíduos que comprovem ser baixa renda, em teatros, cinemas e atrações culturais por meio de Carteiras Cidadãs distribuídas gratuitamente. Outrossim, cabe aos indivíduos que se atentem aos seus as medidas de maneira a cobrar judicialmente caso seus direitos previstos pelo Art. 6°. Somente a partir de tais ações, as expectativas de Rousseau se perpetuarão na sociedade brasileira.