Abuso infantil

Na obra “Lolita”, do escritor Vladimir Nabokov, é representada a vida de Hambert Hambert, um homem na faixa dos 40 anos que se apaixona loucamente por sua enteada, a quem alcunhou “Lolita”, de apenas 13 anos, e as consequências nefastas desse relacionamento criminoso. Não obstante a realidade, casos como o do livro são extremamente comuns, sejam eles praticados por familiares ou indivíduos externos, e devem receber maior atenção familiar e escolar, além da ação estatal para extinguir a problemática.

De início, é importante salientar que o papel familiar e escolar é de extrema importância para identificar os sinais de abuso infantil. Diante disso, é importante que os pais e educadores fiquem atentos aos comportamentos suspeitos das crianças e dos abusadores que, na maioria das vezes, residem no mesmo local que a vítima. Fato esse que pode ser comprovado segundo dados do Disque 100, em que cerca de 70% dos abusos são praticados por pais, mães e padrastros que possuem contato diário com o infate. Evidenciando que esse tipo de situação pode estar presente no cotidiano da vítima e deve lhe ser ensinado desde cedo formas de identificar essa violência.

Além disso, são poucas as intervenções feitas pelo Estado. Uma vez que a criança identifica os atos de violência como sendo nocivos e os denúncia, as ações governamentais não combatem de forma eficaz a raiz do problema, além de ignora-lo por não propor medidas de prevenção. Dessa forma, o poderio torna-se uma Instituição Zumbi, descrita pelo sociólogo Zygmunt Bauman, em que os agentes sociais não assumem suas responsabilidades como defensores da sociedade e, nessa situação, vai em contraponto ao Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, que prevê a segurança e proteção dos menores.

Portanto, é inegável que ações governamentais e escolares são a base para a extinção da problemática. Logo, cabe ao Ministério da Educação-MEC criar um programa de capacitação dos docentes e de educação sexual nas instituições, em que as crianças aprenderão a identificar os abusos e terão todo suporte psicológico para denunciar e lidar com as consequências do abuso. Em suma, as investigações mais apuradas e efetivas, a partir de ações do Ministério da Justiça, oferecerão mais segurança as vítimas, que terão mais confiança na denúncia e não passarão por situações similares às de Lolita.