A xenofobia em discussão no século XXI

Em um episódio da série “One day at a time”, o personagem Alex, que é descendente de refugiados cubanos nos EUA, relata ter sofrido agressão verbal xenofóbica de outros adolescentes num passeio de seu colégio. Fora da ficção, imigrantes são alvos constantes de ataques, o que é intensificado por discursos preconceituosos de políticos influentes, além da falta de interesse do governo em estabelecer meios de educação voltados para a tolerância.

A priori, é importante ressaltar que a xenofobia tornou-se mais visivelmente percebida no Brasil nos últimos anos. Tal afirmativa é justificada pelas recentes declarações xenofóbicas dadas pelo recente presidente eleito, Jair Bolsonaro, contra médicos cubanos, e por causa do grande fluxo de pessoas entrando no país fugindo de conflitos em suas nações. O discurso do político incitou a perpetuação de estereótipos contra estrangeiros, alimentando ondas de violência, dificultando, assim, que esses novos cidadãos possam usufruir dos direitos que lhe são assegurados pela Lei de Imigração do país.

Outrossim, é evidente que tais ações alienadas causam medo e insegurança, acarretando em problemas psicológicos para as vítimas, além de resultarem numa parcela muito grande de imigrantes vítimas do trabalho escravo, dado que a discriminação dificulta sua inserção no mercado de trabalho, levando-os a buscar alternativas urgentes para achar seu sustento, convertendo-os em presas fáceis para empresas que mantém esse tipo de exploração no Brasil. Este cenário desolador reafirma que a educação brasileira está deficiente, uma vez que, como Kant afirmou, “o ser humano é aquilo que a educação faz dele”.

Conclui-se, portanto, ser indispensável que o governo providencie ações de conscientização da população e assistência aos imigrantes. O Ministério da Educação deve promover palestras por todo o país – através de transmissões ao vivo pelo youtube e recrutamento de palestrantes para realizarem-nas pessoalmente -, a fim de desconstruir os estereótipos vigentes, e os Ministérios da Cidadania e da Economia ficam com a incumbência de criar o programa “Brasil, país de todos” que oferte cursos profissionalizantes, ajudem os recém chegados com questões legais e burocráticas, e  assegure pelo menos 30% das vagas de emprego para imigrantes em grandes estatais. Dessa forma, episódios como o evidenciado na série citada podem ser corretamente combatidos, e portas podem ser abertas a todos.