A violência policial contra pessoas negras

A violência policial contra pessoas negras possui diversas implicações e pode ser compreendida como um fenômeno consequente de séculos da permanência de mecanismos de inferiorização e segregação sociocultural e espacial de pessoas negras vinculados a inúmeras tentativas de apagamento cultural, revelando aspectos psicossociais de sociedades com tais ocorrências, evidenciando a problemática do racismo estrutural.

“Youtubers” como “Nataly Neri” e “Spartakus Santiago” comumente apresentam em seus canais de comunicação e diálogo a pauta do racismo estrutural, convocando seus espectadores a (re)pensarem suas práticas e atitudes que, em determinadas situações, podem, efetivamente, ser racistas, mesmo que os agentes de tais ações estejam concretizando o ato de racismo de forma inconsciente, caracterizando o racismo estrutural.

Neste ambito, pode ser percebido na série “Lovecraft Country” que o racismo estrutural está enraizado no imaginário social de grande parte dos cidadãos, incluindo policiais, que, por meio de sua profissão e seus respectivos “privilégios”, abusam de tal poder, perseguindo e gerando terror na população negra, mesmo em situações cotidianas e ordinárias.

Perceptivelmente, também, na série “Olhos que condenam” pode ser notado que, mesmo que uma pessoa negra provasse sua inocência, em certas ocasiões e contextos, ela seria criminalizada e condenada por um crime que não cometeu, revelando a pouca eficácia e, aparentemente, inexistência da imparcialidade de diversos aplicantes da lei, o que, indúbitavelmente, revela aspectos psicossociais e a necessidade de uma intervenção não apenas do Estado, mas também da sociedade civil para a mudança deste quadro.

Desta forma, cabe ao Estado fomentar palestras e discussões em escolas e universidades públicas ministradas e conduzidas por cientistas sociais e antropólogos objetivando estimular o desevolvimento não só da consciência social acerca do racismo estrutural, mas também a adoção de práticas antiracistas. Ainda nesta questão, cabe ao Estado e seus respectivos aparatos legislativos junto ao Ministério da Justiça, a função de analisar a ação de seus agentes, afim de assegurar uma maior imparcialidade quanto ao cumprimento das leis.