A violência escolar no Brasil

Na afirmação do conceito de justiça, Pitágoras cria a ideia “Educai as crianças e não será preciso punir os homens” ao estipular uma relação entre educação e criminalidade. Entretanto, tal pretexto se vê interrompido no hodierno, ao passo que a violência nas escolas cresce, pelo enfraquecimento de instituições sociais e preconceito com minorias. Essa conjuntura preocupa e exige rápida inversão de números e superação de pensamento.

Em princípio, a sociedade funciona pela coesão de suas partes, segundo Émile Durkheim. Por meio disto, infere-se que qualquer disfunção social causa desequilíbrio e desordem. Ademais, aliado à premissa de Karl Marx que pressupõe o homem como produto do meio em que vive, percebe-se como a deficiência no meio parental afeta as relações sociais de um indivíduo. A negligência dos pais na transmissão de conhecimento e exemplo aos filhos, seja como reprodução da violência doméstica ou na ausência de reconhecimento de consequência de seus atos, cria um jovem propenso à agressão. Logo, estabelece-se uma relação de causa e consequência na violência doméstica e escolar.

Pertinente à temática, a opressão de minorias proveniente de gerações anteriores corrobora a incitação de violência nas escolas por meio do preconceito. É plausível salientar também que a violência extrapola limites físicos, e pode ser caracterizada por abuso moral ou até sexual. Segundo a Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil, 68% dos jovens LGBTQ+ já sofreram tal tipo de violência. No contexto, essa coibição pode levar ao isolamento social, sentimento de insegurança no ambiente e até retomar a agressividade por parte da vítima. Portanto, é clara a preocupação com outro fator de enfraquecimento educacional e suas relações sociais.

Haja vista a direta associação entre a construção pessoal de um indivíduo e seu comportamento no meio escolar, posta-se vital a contribuição do Ministério da Educação no estabelecimento de sessões de tratamento psicológico no currículo das escolas, por meio da difusão de sua importância na sociedade. Desta forma, será possível lidar com situações externas ao instituto, como questões familiares ou até de inserção social, mas que afetam diretamente o nível de violência nas escolas, reduzindo-o ao retomar a educação, em especial emocional, e permitindo vigorar o ideal de Pitágoras pela harmonia das funções sociais.