A valorização dos indígenas no Brasil do século XXI

Desde o início da ocupação portuguesa das terras em que viriam a ser o Brasil, no século XV, a opressão sofrida pelos povos originários é um grande gerador de desigualdades, das quais enfrentamos até os dias de hoje. Dentre as inúmeras causas, o desconhecimento de parcela da população acerca das comunidades indígenas, aliado a uma atual gestão que ignora estes problemas, são questões complexas e que demandam urgentes soluções.

Antes de mais nada, um grande desafio para a inserção dessa população minoritária na sociedade é a desinformação de grande parte da população a seu respeito. Uma pesquisa de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as 305 etnias indígenas representam 896,9 mil brasileiros, e um todo de 274 idiomas. Porém, na visão de grande parte da sociedade, estes não passam de um único povo, sendo este bárbaro e sub-desenvolvido.

Por outro lado, o Estado Brasileiro, que deveria figurar como protagonista na defesa destes muitos povos em desvantagem, negligencia sumariamente seus deveres. Por consequência direta, episódios como o do Dia do Fogo, no começo do ano passado, ou ainda as diversas invasões por parte dos madereiros e criadores de gado, majoritariamente na região Norte do país, são ações que encontram  respaldo na atual gestão e que quase sempre terminam em fins trágicos, como a morte de povos indígenas.

Dessa forma, é de extrema importância que algo seja feito. Os governos Federal e Estadual deveriam, por intermédio do ministério da educação e redes privadas de ensino, a elaboração e criação de diversos conteúdos voltados ao ensino da história de nosso povo, tal como a implementação de mais vestibulares voltados aos povos originais, tornando a sociedade mais acolhedora e propiciando melhores oportunidades. Assim, através da célebre frase de Inmanuel Kant, “o homem é o que a educação faz dele”, a sociedade por tornar-se um ambiente que abrace a todos igualmente.