A Constituição Federal de 1988-documento que constitui o maior nível hierárquico do sistema jurídico brasileiro-garante a todos os indivíduos o direito ao bem-estar social. Entretanto, a sociedade brasileira não desfruta desse direito na prática, uma vez que o trabalho tornou-se cada vez mais exaustivo e supervalorizado. Nesse sentido, a priorização de interesses financeiros e a deturpação do conceito de felicidade são entraves para a resolução da problemática.
Em primeiro plano, é lícito postular que a intensa preferência pelo lucro é um dos intensificadores do cenário vigente no Brasil. A partir da Revolução Industrial-iniciada no século XVII-houveram grandes mudanças nos modelos estrutural e econômico na sociedade da época. Sob esse viés, tal quadro afetou drasticamente a forma de trabalho dos indivíduos, já que é preciso trabalhar para que seja suprida a necessidade da obtenção de lucro devido ao capitalismo. Dessa forma, tem-se a supervalorização do trabalho e a objetificação do trabalhador como consequências, o que acaba por agravar a situação.
Ademais, é importante ressaltar que a deturpação do conceito de felicidade é um grande influenciador do problema em questão. Diante dessa perspectiva, o livro “O jeito Harvard de ser feliz”, de Shawn Achor, traz a afirmação de que a maioria dos indivíduos veem a felicidade como um sentimento que pode ser obtido por meio do sucesso, conseguindo o que mais almeja-se. Diante dessa perspectiva, nota-se que as pessoas trabalham mais do que deveriam, tendo como objetivo conseguir algo em suas vidas para poder serem felizes. Sendo assim, ocorre a modificação estrutural na forma de trabalho e, consequentemente, a intensificação e romantização da exaustão devido à moldagem do significado de felicidade.
Portanto, cabe ao Ministério do Trabalho, juntamente com empresas, elaborar planos de atendimento para os trabalhadores, por meio da realização de consultorias e a disponibilização de materiais de apoio, com o fito de orientá-los sobre o quão prejudicial é a questão da exaustão e mostrar que não é válido dar prioridade para seus interesses financeiros à custa de sua saúde emocional e física. Feito isso, os trabalhadores poderão usufruir do direito proposto pela Constituição Federal.
Nathalya Beatriz
Olha Liliane.
Achei sua redação sensacional! Vc seguiu corretamente a estrutura do texto dissertativo-argumentativo, apresentou repertório sociocultural, usou conectivos de forma coerente, não apresenta erros de construção sintática e, apesar de não ter usado dados estatísticos nem pesquisas para sustentar seus argumentos, vc fez o uso de argumento de autoridade e de referência histórica (o que é super válido e te garantiu uma ótima sustentação). Sua conclusão ficou bem elaborada, a proposta de intervenção segue todos os cinco critérios exigidos e vc ainda fez a retomada da alusão da introdução (o que é muito importante).
Enfim… não há do que reclamar, parabéns por sua redação. Continue praticando bastante e investindo pesado no repertório que vc está no caminho certo de tirar a nota máxima.
Espero ter ajudado!