A segurança pública no Brasil

A Constituição Federal de 1998 prevê como dever do Estado garantir segurança pública aos seus cidadãos. No entanto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 9° país mais violento no ranking mundial divulgado em 2018, fato que demonstra a crise atual na segurança pública e o grande impacto de mazelas como a desigualdade e a falta de policiamento na realidade brasileira.

Primeiramente, vale ressaltar a notável influência da desigualdade nas relações sociais. Muitos cidadãos buscam maneiras ilegais de conseguir dinheiro pois não possuem condições para sustentarem a si e a sua família. Dessa forma, em um país pobre como o Brasil, grande parte dos criminosos são fruto da desigualdade, pois não conseguem mudar sua situação.Em síntese, como disse o escritor Ariano Suassuna, é muito difícil vencer a injustiça, essa que dilacera o país em dois: o dos privilegiados e o dos despossuídos.

Em segundo lugar, a falta de policiamento é uma preocupação que aflige toda a população brasileira. Um levantamento sobre segurança pública feito pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) aponta que 60% dos municípios têm menos de dois policiais militares por turno de trabalho, circunstância que ocorre em diversos estados e permite o aumento da violência no Brasil, ferindo o direito à segurança supracitado. Desse modo, os cidadãos se sentem desamparados e muitas vezes incitados a fazer justiça com as próprias mãos, aumentando o número de crimes.

Em suma, deve-se entender que a igualdade e a segurança são partes essenciais de uma segurança pública de qualidade. Para isso, seria interessante a promoção da oferta de trabalho formal e decente para todos pelos governos estaduais, para que ninguém se sinta coagido a recorrer ao crime como sustento. Ademais, o aumento de policiamento nas ruas também é importante para erradicar a violência, com a intenção de que todos se sintam seguros e de que a fala de Suassuna se torne parte do passado.