A saúde pública brasileira

No que se refere à saúde nacional, o Brasil possui dois tipos de sistema: o público, cujos serviços são realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), e o privado. Dados do IBGE indicam que, atualmente, 75% da população depende exclusivamente dos serviços do SUS. Entretanto, há uma deficiência na saúde pública do país, uma vez que há uma discrepância entre os valores investidos pelos sistemas existentes e uma distribuição desigual dos serviços médicos pelo território brasileiro.

Primeiramente, cabe frisar a desproporcionalidade dos investimentos do poder público e das entidades privadas na área da saúde. Em uma palestra, o médico oncologista e cientista, Drauzio Varella, demonstrou que o SUS investe cerca de R$103 bilhões por ano, enquanto a saúde privada, a qual atende apenas a 25% dos cidadãos, investe R$90,5 bilhões. Gastando três vezes mais por paciente, o sistema particular de saúde possui uma melhor infraestrutura no que tange à qualidade dos serviços e dos equipamentos disponíveis. Em contrapartida, o sistema público não tem uma estrutura adequada quanto à oferta de maneira equitativa dos seus serviços à população nacional, sobretudo, devido à ausência de médicos nas diferentes partes do país.

Segundo o que propõe a Constituição, a saúde é política pública guiada pelo princípio da universalidade, na qual todos têm direito de usufruir de seus serviços. Contudo, há uma distribuição desigual dos serviços médicos nas diversas regiões do país, inclusive quanto à disponibilidade de profissionais médicos. Conforme a OMS, o parâmetro ideal é de um médico para cada mil habitantes. Apesar de superar essa razão, o país possui uma desproporcionalidade na existência desses profissionais, visto que há uma concentração de médicos nas regiões mais desenvolvidas, havendo, por sua vez, uma ausência nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, em virtude de estruturas precárias ao atendimento da população.

Assim, tendo em vista elevar a qualidade das atividades desenvolvidas, o poder público deve investir um maior contingente de recursos na área da saúde, além de uma maior capacitação dos profissionais da área. Com isso, o Ministério da Saúde deve fomentar a realização de pesquisas médicas por meio das Universidades e Institutos científicos, de modo a promover a mobilização socioeconômica do país. Ademais, o incentivo a projetos comunitários de conscientização sanitária por parte da sociedade é de extrema importância, visando à formação de campanhas de combate às doenças e ao engajamento da comunidade na criação de soluções para os problemas que assolam a sociedade.