A SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

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Assim como descrito por Michel Foucault no capítulo “Corpos Dóceis”, do livro ” Vigiar e Punir”,  o tecido social molda as pessoas mediante a disciplina, que ao invés de criar seres pensantes forma pessoas padronizadas. Para Foucault, todo ser humana é docilizado. Nesse viés, nota-se que a banalização da patologia mental retrata uma ameaça à saúde pública. A respeito disso, vê-se que essa situação interage intimamente com a teoria filosófica e traz à tona a árdua realidade dos nativos por meio da mídia. Em suma, a influência familiar e o paradoxo político são um dos pilares dessa problemática.

Convém frisar, inicialmente, que a instrução familiar e acadêmica é um bem social, o qual é responsável por formar o caráter e a mentalidade humana. À vista dessa premissa, de acordo com a ideia de Michel Foucault, a sociedade molda conforme seus valores impostos e reproduzidos. Nesse contexto, destaca-se o poder da convivência, desde a fase infantil até a adulta, na construção de um indivíduo politicamente correto. Todavia, se uma criança viver em um meio no qual os familiares portam ideias triviais sobre as doenças psíquicas, o que não é nada cooperador para a formação intelectual e emocional dela, há a possibilidade de incorporação desse traço em virtude da socialização. Nesse ínterim, pode ocorrer a reprodução por intermédio de gerações e amplificar a segregação social dos doentes, o aumento da dificuldade em tratar o transtorno e, em casos extremos, o autocídio como a única saída.

É imprescindível salientar, em paralelo, que a inércia das esferas políticas retrata um fator intensificador do impasse no que tange à saúde mental. Em face dessa vertente, conforme declarado no Artigo 196.º da Constituição de 1988, o Estado, aliado à sociedade civil, necessita assegurar o caráter inalienável do direito à saúde mental de forma plena a todos. Sob essa cláusula democrática, observa-se uma letargia estatal frente às garantias essenciais dos nativos. Ante isso, cria-se um ciclo vicioso de desigualdade no acesso à terapia psicológica por ação dos ínfimos números clínicas especializadas e da precária infraestrutura hospitalar, uma vez que em algumas áreas brasileiras não possuem o mínimo de atenção voltada a tratamentos psíquicos, sobretudo no interior do país, o que gera diversas mazelas sociais, como exemplo, a intensificação da fobia social e casos de depressão com o mais marginalizado geograficamente.

Portanto, atenuar os impactos nocivos da negligência com a condição psíquica do brasileiro não será uma tarefa simples, contudo, será possível mediante uma abordagem pedagógica sobre o tema. Posto isso, o Ministério da Educação, em consonância com o Ministério da Cidadania, pode elaborar um projeto socioeducativo com base em leituras de livros filosóficos e com auxílio financeiro aos que mais leem. Essa ação pode ser composta por frequentes seminários e propagandas midiáticas que incluem problematizações e criações de reformas conscientes relacionadas aos perigos delimitados pelas consequências irreversíveis da displicência social e estatal com a psicologia humana. Outrossim, esse plano deve incluir a mediação de especialistas na área e distribuição de material didático sobre a importância do bem-estar social, com o fito de aprimorar o raciocínio autônomo dos jovens. Logo, o país poderá ser mais salutífero.

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1 Correção

  1. Achei sua argumentação ótima, bem coerente, texto estruturado, vocabulário extenso e variedade nos recursos coesivos. Vi dois erros de digitação e minhas recomendações seriam essas:
    – que ao invés de criar seres pensantes[vírgula] forma pessoas padronizadas
    -a influência familiar e o paradoxo político são um[uns] dos pilares dessa problemática.
    Repetições: nativos
    -uma vez que em algumas áreas brasileiras não possuem: eu tiraria o “em”, mas não sei se está incorreto ou se só me deu a sensação de estranheza.
    -casos de depressão com o mais marginalizado geograficamente: eu trocaria o “com”, pois considero uma doença que aconteça “no” indivíduo, mas seu texto foca na atitude do contexto para com as doenças mentais, então o com é cabível também (acho).
    Mas eu não sou a melhor pessoa em gramática, então é contigo.

    A proposta ficou completa e apropriada para os problemas que focou no texto, entretanto eles são somente sobre a conscientização, não falou sobre o tratamento de doentes nem de aumentar a quantidade de atendimento(algo que citou como problema), sendo assim se a proposta fosse realizada teríamos um país consciente, porém ainda com deficiência no tratamento. O que não tira totalmente a utilidade da sua proposta, já que os indivíduos conscientes serão mais propensos a lutar por seus direitos e provocar mudanças mais tarde. Resumindo: não sei se isso é realmente um problema para sua nota.

    Se eu fosse a corretora não daria menos que 900.

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