A relevância de uma infância saudável para a formação do cidadão brasileiro

O dia das crianças, celebrado em 12 de outubro, é uma data que alude a importância dos direitos das crianças bem como aborda uma reflexão sobre os desafios dos pais na criação dos filhos. Todavia, no Brasil hodierno, tais princípios se resumem apenas a essa data, uma vez que pouco são mobilizadas ações que visem a relevância de uma infância saudável na formação do cidadão brasileiro. Essa realidade constitui um repto a ser mediado, baseada na negligência familiar e impactos tecnológicos como causas originárias do impasse.

No contexto relativo ao âmbito familiar, pode-se afirmar que sua negligência abala negativamente no desenvolvimento infantil. Segundo o filósofo alemão, Nietzsche, “A arte existe para que a realidade não nos destrua”. Sob esse viés, o ócio é fundamental para que as crianças consigam exprimir seu interior sobre o meio exterior, induzindo ao autoconhecimento. Apesar disso, muitos pais atribuem altas cargas e pressões no processo educacional, retardando o tempo livre e os expondo, precocemente, a irritações e estresses. Logo, evidencia-se que a intensificação da rotina infantil, fruto da má gestão familiar, é um grande entrave nas formações de cidadãos.

Ademais, a inserção constante da tecnologia em massa na fase infantil, ascende preliminares para o isolamento social. Nesse sentido, Albert Einstein, físico alemão, já declarava: “O espírito humano deve prevalecer sobre a tecnologia”. Atualmente, nota-se justamente o contrário, crianças, cada vez mais novas, vêm substituindo o contato social pelo meio virtual, o que acelera a reclusão e a adultização da infância, visto que elas têm acessos facilitados a diversos conteúdos, desde sexuais a violentos. Assim, é preciso que medidas sejam tomadas para a redução de tais ocorrências na realidade brasileira.

Dessarte, o Governo Federal e o Ministério da Educação e Cultura (MEC), em parceria, por meio de recursos públicos e iniciativas privadas, devem elaborar campanhas e programas – como propagandas e cartilhas – que visem participar integralmente na educação das crianças. Além disso, cabe ao lar familiar, por intermédio da conscientização, prover melhores readequações rotineiras para seus filhos com o intuito de efetivar o contato social e artístico no autoconhecimento. Só assim será possível melhores distribuições de olhares abrangentes da população voltados a infância e não só restrito a datas comemorativas.