A Relação entre Participação Familiar e Sucesso Escolar no Brasil

“As famílias confundem escolarização com educação”, fala de Mario Sergio Cortella que traz a questão da falta de cooperação entre famílias e escolas no Brasil atual. Por outro lado, o engajamento familiar na vida escolar dos filhos é imprescindível para que crianças e jovens tenham um melhor aproveitamento acadêmico. Contudo, essa relação não cooperativa entre instituições de ensino e famílias pode tardar o desenvolvimento escolar dos estudantes. Por essa razão, cabe analisar a questão familiar na escolarização, e também, da escolar na educação.

Em primeira análise, na vida de jovens e crianças, um bom direcionamento familiar é essencial para o desenvolvimento de boas práticas, dentre elas, escolares. Sob essa ótica, o terapeuta familiar Salvador Minuchin estabelece o Modelo Sistêmico, responsável por apontar a família como principal influência comportamental das pessoas. Nesse sentido, pode-se inferir que a cooperação ativa entre instituições de ensino e famílias brasileiras é necessária para que crianças e jovens possam estimar a escola com mais seriedade em suas vidas.

Outrossim, o sistema educacional brasileiro é impregnado pelo tradicionalismo e pela ausência de flexibilização a novos métodos educacionais. Nesse cenário, as dificuldades de ajuste do ensino a práticas mais dinâmicas que visem as necessidades dos alunos mostra-se visível desde os avanços do movimento Escola Nova, que se instaurou no Brasil com uma premissa progressista educacional. Todavia, para que haja a integração familiar na educação dos filhos, faz-se necessário que as escolas expandam as possibilidades de contato com os pais e responsáveis, porém, pode-se notar que tais dificuldades de integração se devem pela falta de apoio governamental as investidas inovadoras que poderiam revolucionar o sistema de educação do Brasil.

Evidencia-se, portanto, que o modelo educacional brasileiro e as famílias do Brasil apenas poderão estabelecer uma conexão benéfica a partir de medidas inovadoras. Tais medidas devem ser promovidas pelos Estados juntamente com o Ministério da Educação a fim de facilitar a integração familiar na escolarização e sucesso escolar dos filhos. Além disso, o Estado deve criar canais de comunicação, como websites, para que os pais fiquem a par do rendimento escolar dos alunos e também possam entrar em contato com professores e com a direção escolar. Dessa forma, ambos, famílias e escolas, poderão solucionar essa desarmonia em prol da união da escolarização e educação dos estudantes.