A QUESTÃO RACISTA NO BRASIL DO SÉCULO XXI

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Gilberto Freyre, ilustre sociólogo brasileiro, em seu livro “Casa Grande e Senzala”, aborda a importância da miscigenação entre negros e brancos para a formação cultural brasileira. Apesar dos esforços desse e de outros pensadores, hodiernamente, no Brasil, inúmeras pessoas são, infelizmente, discriminadas pelo seu tom de pele. Nesse sentido, algo deve ser feito para mudar esse cenário, uma vez que a longa escravização dos povos de origem africana acarreta a vilipendiação dos direitos desse grupo racial.

Em primeira análise, o cruel e indefensável pensamento de que uma raça deveria se submeter a outra é um fator preponderante para essa discussão. Diante desse viés, apesar de a Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel em 1888, ter acabado, em termos burocráticos, com a escravidão de africanos em solo brasileiro, ainda hoje é possível perceber os resquícios desse terrível período. Assim, a sociedade extremamente racista daquela época, que submetia os negros a condições de vida desumanas, perpetuou seu pensamento, errôneo e retrógrado, durante anos e gerações. Por esse motivo é que, apenas no século XXI, cerca de 200 anos após o término da escravidão, o racismo entra em pauta na sociedade, o que se faz necessário para que essa realidade seja mudada.

Em segunda análise, as pessoas vítimas de racismo terem seus direitos vilipendiados é um fato de suma importância para essa análise. Essa tese pode ser comprovada, por meio de dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelando que, apesar de os negros representarem apenas 54% da população total brasileira, são cerca de 71,5% das pessoas assassinadas a cada ano no país. Nesse contexto, esse grotesco número comprova que a população negra está absurdamente mais exposta à violência no Brasil, tendo a vida, um de seus direitos mais importantes, retirada. 

Portanto, urge que o Estado, em situação de órgão máximo nacional, por meio de envio de recursos ao Ministério da Cidadania, promova palestras, que aconteceriam em todos os municípios brasileiros, enfatizando a importância de se tratar todos de forma igualitária, independente da cor da pele, deixando o pensamento retrógrado da suposta existência de uma raça superior no passado. Essa ação visa a garantir os direitos dos negros, conscientizando as pessoas para que o racismo possa ser superado. Assim, todos poderiam pensar analogamente a Gilberto Freyre, descobrindo o importante papel que a população negra ocupa no Brasil e valorizando-a, corretamente.