A questão do lixo eletrônico

O filme “Wall-E”, da Pixar, narra a história de um robô solitário que foi encarregado de limpar a terra coberta de lixo devido ao descarte incorreto desses resíduos pelo homem. Fora da obra cinematográfica, vê-se que o cenário brasileiro tampouco difere desta realidade, haja vista que, a exclusão de lixo eletrônico se tronou uma prática comum no país. Esse cenário antagônico é fruto tanto do descuido da sociedade, quando da obsolescência programada.  

 De início, cabe pontuar a falta de responsabilidade do corpo social como intensificador da problemática. Segundo o conceito da banalização do mal, da escritora Hannah Arendt, o pior mal é aquele visto como corriqueiro. Nesse sentido, embora a sociedade esteja ciente das consequências causadas pelo descarte incorreto de resíduos, acabam naturalizando essa postura irresponsável, visto que essa prática já se perpetuou na sociedade, e tornou-se quase imperceptível, atravessando gerações. Por conseguinte, o descarte indevido de equipamentos eletrônicos favorece a contaminação do solo, da água e do ar, graças a seus metais pesados e substâncias tóxicas. Logo, faz-se necessário a reformulação dessa postura de forma urgente. 

  Ademais, outra preocupação constante é a questão da obsolescência programada. Dito isso, durante a Grande Depressão, as empresas começaram a fabricar produtos com menor qualidade, que durariam menos tempo, a fim de fazer os clientes comprarem novos itens com mais frequência e, assim, agitar a economia. Conquanto, ainda que essa crise tenha sido superada nas décadas posteriores, esse pensamento se aliou ao capitalismo desenfreado e fez com que as indústrias continuassem desenvolvendo e fabricando produtos que se tornem não funcional em um certo tempo, acarretando em uma maior produção de resíduos eletrônicos. Posto isso, a obsolescência programada não deve ser tratada com indiferença, uma vez que causa impactos diretos ao meio ambiente. 

  Logo, medidas são necessárias para mitigar essa problemática. Para tanto, cabe ao Ministério do Meio Ambiente em consonância com os veículos midiáticos realizarem projetos voltados para à melhoria, por meio de campanhas e comerciais educativos que mostrem à sociedade a importância do descarte correto do lixo eletrônico, através da devolução do aparelho para a marca fabricante, visando a diminuição destes em lugares inadequados. Além disso, o Governo deve aplicar medidas para regulamentar a produção de dispositivos a fim de que se extinga ou atenue o prazo de validade dos eletrônicos, para só assim diminuir a produção desenfreada de produtos e consequentemente, de resíduos. Sendo assim, não se repetirá, na realidade, o drama de Wall-E. 

 

Se puderem corrijam com as notas em cada competência. Obrigada!!