A questão da violência nas escolas

Na obra “Utopia”, o escritor Thomas More retrata uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade brasileira é o oposto do que o autor narra, tendo em vista o crescente número de violência nas escolas. Sob esse viés, torna-se crucial analisar as causas desse revés, dentre as quais se destacam a omissão governamental e influência midiática.

Inicialmente, é válido destacar como a inoperância estatal corrobora com essa problemática. Isso ocorre, principalmente, porque, como já mencionado nos estudos da antropóloga Lilia Schwacz, há uma prática de uma política de eufemismo no Brasil, ou seja, determinados assuntos tendem a serem suavizados e não recebem a atenção necessária pelo Poder Público. Sob essa ótica, é perceptível que o reduzido debate sobre o comportamento dos alunos nas escolas, bem como o difícil acesso a informações que apresentem as consequências que atos violentos nas escolas podem causas dificultam a resolução desse quadro. Desse modo, enquanto a falta de ação governamental e a desinformação se mantiverem, o quadro se perpetuará.

Ademais, é notório que a manipulação feita pela mídia apresenta-se como empasse na resolução do problema. Nesse ínterim, pela frequente veiculação, pelos meios de comunicação, de conteúdos que normalizam os vídeos de brigas nas redes de ensino e muitas das vezes tem um alto número de compartilhamentos, parte dos indivíduos se mostram induzidos por esses assuntos e passam a reproduzi-los com naturalidade. Esse contexto exemplifica s estudos do filósofo Adorno, o qual afirma que a mídia tem capacidade de influenciar na conduta humana. Assim, a mídia contribui de forma intensa com esse agravante.

Portanto, medidas devem ser tomadas para mitigar essa mazela. Para tanto, o Ministério da Educação, na efetivação de sua função social, deverá promover palestras nas escolas, por meio de profissionais capacitados, como psicólogos, a fim de apresentar as consequências que a violência nas instituições de ensino pode causar. Destarte, espera-se alcança uma sociedade perfeita como a retratada pelo escritor Thomas More.