A questão da desvalorização do esporte no Brasil: caminhos para fazer da prática esportiva uma ferramenta de transformação e impacto social.

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A Era Vargas foi o período da história brasileira compreendido entre 1930 e 1945, quando Getúlio Vargas governou o país por 15 anos. A princípio, durante este período, o esporte começou a ser visto como um importante elemento na relação entre o regime e a sociedade ao se tornar um símbolo pátrio, que associou todos os cidadãos sob um mesmo signo, garantindo notório desenvolvimento da área. Desse modo, a prática esportiva se configurou como ferramenta significativa de transformação e inclusão social. Logo, é importante realizar uma análise acerca dos fatores que dificultam a integração dessas atividades no meio social.

A priori, é inquestionável que as práticas esportivas proporcionam diversos benefícios à sociedade, como o desenvolvimento das relações socioafetivas, a comunicabilidade, a sociabilidade, inclusão social e os inúmeros benefícios à saúde humana. Por outro lado, é possível observar cada vez mais a desvalorização do esporte no país. Conforme a atual Constituição Federal, promulgada em 1988, é dever do governo fomentar práticas desportivas como direito de cidadãos. Contudo, o que se verifica atualmente é o oposto do que pressupunha a filosofia de John Locke, com a ideia de “contrato social”, pois o Estado não garante seu dever de legitimação da democratização do esporte no país, direito comum à toda sociedade brasileira.

Além do mais, a falta de investimentos se constitui como um dos principais inviabilizadores da desvalorização do desporto no Brasil. Por exemplo, em 2018, no governo do ex-presidente Michael Temer, houve uma redução de 87% do orçamento do Ministério do Esporte. Por conseguinte, no atual governo de Jair Messias Bolsonaro, o corte foi de 49%, além da pasta ter sido extinta e incorporada ao Ministério da Cidadania. Outrossim, convém ressaltar a importância das atividades esportivas àquelas comunidades de vulnerabilidade e risco social, que garante oportunidades a juventude, a fim de diminuir as chances de influência da criminalidade e do tráfico de drogas. Assim, o esporte também exerce um papel de ampliação dos direitos e proteção social destes indivíduos.

Nesse sentido, visando garantir o acesso democrático à práticas esportivas de qualidade, cabe ao Governo Federal criar campanhas de incentivo ao esporte através dos meios de comunicação, salientando sua importância; além de, em parceria com o governo municipal, construir quadras de esporte e espaços próprios em locais menos favoráveis, como as periferias. Assim sendo, o somatório destas ações contribuirão para um melhor desenvolvimento social e inclusivo do setor esportivo no Brasil, garantindo os direitos dos cidadãos.

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2 Correções

  1. Competência Nota Observação:
    1 (160) Segundo o meu corretor de certo aplicativo de escrita, teve dois momentos no seu texto o uso da crase foi utilizado erroneamente, no segundo parágrafo e último parágrafo respectivamente: “direito comum à toda sociedade brasileira” e “Nesse sentido, visando garantir o acesso democrático à práticas esportivas”. No restante do texto não encontrei nenhum outro erro, parabéns.
    2 (200) Seu texto foi no centro do tema de maneira que não consegui identificar fuga do mesmo. Só gostaria de deixar um adendo, tente problematizar mais a situação na introdução, seria legal. Também seria interessante você deixar bem explicito sua opinião na tese, ou seja, diga logo na tese o que virá nos argumento e não o contrário (no caso o que houve;).
    3 (200) Seus repertórios socioculturais são perfeitos!
    4 (200) Vocabulário de conectivos perfeito.
    5 (200) Tem o que o Enem exige, mas seria interessante colocar de onde virá averba para a construção dessas edificações, além de dar um nome a essa proposta de intervenção, até porque chamaria com certeza a atenção do corretor.
    Nota: 940 pontos
    Espero ter ajudado, abraço!

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  2. Achei uma ótima redação, com um repertório bem rico. Não notei nenhum erro grave, mas vou pontuar 2 pontos que poderiam ser aprimorados:
    – No 2o parágrafo, ao citar o contrato social de John Locke, seria interessante explicitar melhor do que se trata, pois a referência não ficaria clara pra quem não está familiarizado com a filosofia.
    – Na conclusão, seria interessante, ao invés de usar “governo federal” e “governo municipal” citar os órgãos do governo (qual ministério ou qual dos 3 poderes) que poderiam agir nas suas propostas.
    Parabéns pelo excelente texto!!

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