A preservação da diversidade cultural brasileira

É inegável que em um país com grande densidade populacional como o Brasil, mais de 210milhões de habitantes segundo Instituto brasileiro de geografia e estatística, é esperado que haja diferentes hábitos e costumes. Hodiernamente, a preservação da diversidade cultural brasileira tem sido ameaçada pelo preconceito, que, historicamente, se apresenta na forma de dominação, e pela desigualdade social. Portanto, a discussão e a resolução desses desafios são necessárias.
Em uma primeira abordagem, tem-se a dominação cultural, iniciada no processo de colonização, como desafio a preservação das diferentes culturas no Brasil. Nesse cenário, pode-se apontar a obra “casa grande e cenzala” de Gilberto Freyre como objeto de estudo, que expõe a relação de dominação da cultura branca com a cultura negra. No livro, Freyre fala, pelo ponto de vista de um cidadão branco, que havia uma relação harmônica entre negros e brancos, que era justificada apontando a miscigenação. Porém, tal processo foi descrito com eufemismos, tendo em vista que é fruto de abusos, violência e repreção dos colonizadores contra escravos e indígenas. Com isso, percebe-se que o preconceito cultural está presente desde o nascimento do país e deve se combatido para que haja a preservação das diferentes culturas.

Em outra abordagem tem-se a desigualdade social como entrave a manutenção da pluralidade brasileira. Nesse sentido, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa econômica aplicada, mais de 60% dos entrevistados consideram a localização de programas culturais distante do lugar onde moram e 71% acham os valores necessários para acesso altos para seus padrões. Com esses dados, infere-se que o Brasil vive o chamado apartheid cultural, conceito que define o cenário de grande distância dos museus e teatros às regiões e às pessoas periféricas. Diante disso, o impacto da desigualdade social no acesso e preservação da cultura é notado.
Destarte, o Ministério da cidadania, junto ao Ministério da economia, deve elaborar um projeto que objetiva, por meio de palestras informativas e diminuição do valor de ingressos, desmistificar/ combater a hierarquização de costumes e tornar mais acessível os objetos culturais. Essa ação contará com auxílio de historiadores e sociólogos, para elaboração do conteúdo das palestras, e economistas, para definição de novos valores de ingressos.