A PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO

Para o filósofo Aristóteles, “o prazer no trabalho aperfeiçoa a obra”. A Ideia, entretanto, diverge do cenário atual brasileiro, pois, as relações de trabalho por muitas vezes exploram o proletário. Nesse sentido, é necessário analisar dois fatores agentes para o aumento da problemática: a disparidade de salários e a falta de conhecimento acerca dos direitos trabalhistas.

A priori, convém lembrar, o Mito de Sísifo, que foi condenado a viver eternamente num trabalho inútil e sem expectativa de mudança. No século XXI, isso reflete a situação de muitos trabalhadores terceirizados, que sofrem constantemente com atrasos no pagamento. Os mesmos, por falta de melhores oportunidades, exercem funções definidas como inferiores ou de pessoas sem tanta escolaridade, se submetendo a exploração como meio de sobrevivência.

Outrossim, não conhecer, logo, não usufruir dos seus direitos, diminui a expectativa de mudança. Esse aspecto pode ser detectado no personagem Fabiano, em Vidas Secas, que por ser analfabeto, é incapaz de criticar a exploração que sofria no trabalho. Do mesmo modo, muitos patrões e o próprio governo, veem na ignorância, um meio de enriquecer cobrando altos impostos, enquanto ao mesmo tempo ofertam um valor salarial desproporcional à força de trabalho gasta.

Logo, para serem oferecidas condições dignas de trabalho, faz-se necessário que o Ministério do Trabalho, em conjunto com o Poder Judiciário, fiscalize as regras contratuais estipuladas pelas empresas, obrigando-as a oferecer corretamente todos os auxílios estipulados pela lei aos funcionários. Ademais, essas organizações têm o dever de responder a toda contestação acerca de desvios salariais e prejuízos causados pelo excesso de trabalho. Dessa maneira, finalmente, o trabalhador poderá concretizar o pensamento de Aristóteles.