Estudante

A persistência da violência contra as mulheres na sociedade brasileira

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Na mitologia grega, Medusa fora violentada por Poseidon dentro do Templo de Atena. Ao ter conhecimento do ocorrido, a deusa despertou sua ira sobre a jovem, acusando-a de profanação e não sobre o deus masculino. Nesse contexto, a vítima tornou-se culpada. De maneira análoga, ações como essa tomada pela divindade conhecida pelo seu ”senso de justiça” corroboram para a persistência da violência contra as mulheres em pleno século XXI. Fato que dá-se não só pela naturalização do machismo enraizado na cultura brasileira, mas também pelo não reconhecimento do papel da mulher na sociedade.

Em primeiro plano, evidencia-se que o machismo incrustado no Brasil é fator determinante para a permanência do problema. A história do país é marcada por um patriarcado que ao colocar a figura da mulher sob o poderio do homem, permite submetê-la as mais diversas formas de violência de modo a conservar essa estrutura social que se manteve ao longo dos séculos. Na obra de Clarice Lispector, A Hora da Estrela, a alagoana Macabéa diz em determinado momento: ”Porque há direito ao grito, então eu grito”. Em consonância a este dizer, as mulheres que ”gritam” em prol de exercer seus direitos por mais comuns que sejam, porém ainda absurdos dentro do sexismo, muitas das vezes são julgadas pelo corpo social que sustenta o credo de que devem manter um padrão de comportamento, personalidade ou postura e por tal, acabam sendo caladas. Logo, é inaceitável que em pleno terceiro milênio um cenário lúgubre como esse ainda exista.

Ademais, até então, há uma crítica dificuldade em reconhecer a importância da mulher na sociedade, fato que fomenta ainda mais a problemática. De acordo com o Artigo 5° da Constituição Federal de 1988, cada um de nós tem o direito de viver, ser livre, respeitado como pessoa, pois todos são iguais perante à lei, sem qualquer distinção. No entanto, nota-se que no país, as ações das pessoas rompem com a concessão de que cada indivíduo possui, considerando a disparidade e a desigualdade entre gêneros, dando veemência para práticas hostis contra a figura feminina. Carlos Drummond de Andrade, em a Flor e a Náusea narra a dificuldade de uma flor brotar em meio ao asfalto. Em paralelo, pode-se usar a metáfora empregada pelo escritor para equivaler a constante luta das mulheres dentro de um mundo tão excludente. Conclui-se, portanto, a necessidade de mudanças para modificar a realidade e promover um ambiente mais seguro e melhor para todos.

Em virtude do que foi mencionado, faz-se mister a mobilização de certos agentes implicados em resolver a questão da violência, em todos os aspectos, contra as mulheres. A fim de solucionar os impasses citados, a mídia, como formadora de opinião e principal meio telecomunicativo da atualidade promover maiores informações acerca da luta que mães, filhas, trabalhadoras, sufragistas, feministas tiveram ao longo da história de modo a inspirar não somente outras mulheres, mas também o povo como um todo a fim de desconstruir as raízes amargas do machismo que promovera tamanho desequilíbrio entre os seres. Além disso, os próprios meios comunicativos também podem contribuir através de propagandas, curtas e comerciais ilustrando a realidade não romantizada, a fim de causar reflexão. Para impulsionar a sua valorização e garantir seu bem-estar, o governo deve assegurar pela lei os direitos de igualdade às mulheres, também promovendo um enrijecimento dessas. Deste modo, as várias ”Medusas” que existem terão o seu devido direito ao grito e poderão enfim florescer sobre o asfalto.

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2 Correções

  1. Excelente redação!!! Acredito que você pode melhorar a proposta de intervenção, como por exemplo:
    “A fim de solucionar os impasses citados, a mídia, como formadora de opinião e principal meio telecomunicativo da atualidade promover campanhas, propagandas e anúncios. ( Ao invés de Maiores informações). Achei um pouco sem necessidade o uso da metáfora de Carlos Drummond de Andrade, já que você já tinha usado dois ótimos repertórios socioculturais. No Mais Parabéns!!!!
    Competências:
    1: 180
    2: 200
    3: 200
    4: 200
    5: 180
    Nota: 960

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  2. Excelente redação!!! Acredito que você pode melhorar a proposta de intervenção, como por exemplo:
    “A fim de solucionar os impasses citados, a mídia, como formadora de opinião e principal meio telecomunicativo da atualidade promover campanhas, propagandas e anúncios. ( Ao invés de Maiores informações). Achei um pouco sem necessidade o uso da metáfora de Carlos Drummond de Andrade, já que você já tinha usado dois ótimos repertórios socioculturais. No Mais Parabéns!!!!
    Competências:
    1: 180
    2: 200
    3: 200
    4: 200
    5: 180
    Nota: 960

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