“A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”

Em 2008, dois anos após a criação Lei Maria da Penha, ocorreu o caso Eloá, em São Paulo, onde uma adolescente foi mantida em cativeiro, num apartamento, pelo ex-namorado e dias depois foi morta a tiros. Há dois fatores que chamam muita atenção nesse caso: a romantização da mídia ao noticiá-lo, o que mostra ignorância da sociedade sobre feminicídio e violência contra mulher, e a incompetência da força policial que, por exemplo, permitiu que a amiga da vítima retornasse ao local após já ter sido solta.

Nas últimas duas décadas, diversas medidas foram tomadas para evitar que crimes com o de Eloá continuem ocorrendo, como, por exemplo: a Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio e a criação da Delegacia da Mulher, no entanto, atualmente, ainda nota-se uma persistência de crimes do gênero. Isso ocorre por dois motivos: falta de uma rede de apoio consistente para a vítima que, por conta de ideias como “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, não só não recebe ajuda, como também é desestimulada a denunciar e, por falta de fiscalização e comprimento das leis já existentes, como, por exemplo, ordens de restrição que não são respeitadas pelo agressor.

A violência contra mulher não é algo adrupto, é uma construção: começa com comportamento abusivos, vai para ameaças e termina com feminicídio, ou seja, é algo que dá diversos sinais vermelhos e alertas antes de chegar ao extremo do assassinato e, portanto, tem como ser evitado. Como diria o filósofo Confúcio: “Saber o que é certo e não fazê-lo é a pior covardia”.

Dado o contexto da persistência da violência contra a mulher por falta de coesão no comprimento das leis já existentes, é fundamental que o Governo Federal promova uma melhor eficiência das mesmas. Isso deve ser feito por meio de maior envio de verbas as Delegacias da Mulher espalhadas pelo país, com efeito de elas possuírem maiores condições, não somente de ajudarem as vítimas e fiscalizarem seus agressores, como também para realizarem mais campanhas de conscientização para a sociedade.