A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira

Na série da BBC com a HBO, “I May Destroy You”, Michaela Coel, criadora e protagonista da obra, dá vida a uma personagem que passou pelo mesmo trauma que ela, a violência sexual. A partir disso, a personagem Arabella denuncia, mas encontra um sistema falho e repleto de julgamentos fortalecidos pelo machismo estruturado na sociedade. Dessa forma, notamos o quanto se faz necessário termos a sociedade e o governo lutando juntos pelo fim da violência contra a mulher, problema este que persiste em nossa sociedade.

Em primeiro lugar, ressaltamos a importância da Lei Maria da Penha, que desde 2006 contribui fortemente pelo fim destes crimes. Porém, ainda assim, segundo o “Mapa da Violência”, o número de assassinatos contra mulheres cresceu 230% na última década. Desse modo, notamos que apesar de já existir uma lei de proteção à mulheres violentadas, tal lei ainda não é totalmente efetiva na resolução do problema.

Além disso, o machismo que está enraizado na sociedade contribui para o pensamento de submissão da mulher ao homem, ou mesmo, de não intervir em relacionamentos tóxicos de pessoas que conhecemos. Entretanto, segundo a filósofa Djamila Ribeiro, “o silêncio é cúmplice da violência”, portanto, quando nos omitimos em situações de opressão e violência, estamos nos tornando cúmplices do problema.

Sendo assim, se torna  fundamental uma intervenção do Governo Federal para a resolução do problema, promovendo a criação de um programa de proteção para mulheres violentadas após a denúncia, até que seus agressores estejam presos, além de promover campanhas para a identificação dos tipos de violências sofridas, por meio dos meios de comunicação, como Televisão e mídias digitais. Assim, primordialmente lutando para que não hajam mais mulheres como Arabella, sem justiça no mundo.